Topo

Países da UE concordam em intensificar deportações de imigrantes

Alastair Macdonald e Tom Körkemeier

Em Luxemburgo

08/10/2015 19h25

Os governos da União Europeia concordaram nesta quinta-feira (8) em intensificar as deportações de imigrantes ilegais e discutiram a criação de uma força de fronteira da UE, entre outras medidas para lidar com as centenas de milhares de refugiados que chegam em fuga da guerra civil na Síria.

Destacando a devastação causada pelas caóticas caminhadas em massa através das fronteiras abertas da Europa, o Estado alemão da Baviera ameaçou romper com Berlim e enviar de volta para a Áustria os imigrantes que cruzam sua montanhosa fronteira.

A chanceler alemã, Angela Merkel, cuja recepção aos refugiados tem lhe custado popularidade, insiste que não vai fechar as portas do país. Seu vice disse que não poderia haver um soerguimento de "pontes levadiças". O ministro do Interior da Áustria alertou sobre possíveis "revoltas" na fronteira.

A disputa entre Viena e a Baviera, uma das regiões mais ricas da Alemanha e que alega ter recebido mais de 200 mil imigrantes somente em um mês a partir da Áustria, ajuda a explicar o apoio expresso de Merkel pela deportação de pessoas que não estejam em fuga para salvar suas vidas. Ela também disse apoiar controles mais rígidos sobre quem entra na Europa através do Mar Mediterrâneo.

Um documento com políticas a serem implementadas aprovado por ministros do Interior da UE em Luxemburgo chama os Estados a serem mais efetivos em garantir que as pessoas deportadas de fato saiam da Europa. Cerca de 470 mil ordens de expulsão foram emitidas no ano passado, mas menos que 40 por cento delas foram cumpridas.

Os ministros não quiseram estabelecer números em relação a futuras deportações.

"Taxas de retorno maiores devem servir como um fator desencorajador para a imigração ilegal", diz o documento, que também aprova a detenção daqueles que tentem se esconder antes de serem expulsos.

O texto pede ainda que uma maior "influência" seja exercida sobre nações africanas e outros países pobres, incluindo através de orçamentos de ajuda humanitária, para que aceitem o retorno de cidadãos que tenham entrada recusada na Europa.

"Retornos são sempre duros", disse o ministro do Interior alemão, Thomas de Maiziere, a jornalistas. "Mas... somente podemos oferecer espaço e apoio a refugiados em necessidade de proteção se aqueles que não precisam de proteção não venham ou voltem rapidamente."