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Hamas nega envolvimento em sequestro de soldado israelense em Gaza

O segundo-tenente Hadar Goldin, 23, foi capturado e arrastado para um túnel durante ação israelense para destruir um túnel em Gaza - EFE
O segundo-tenente Hadar Goldin, 23, foi capturado e arrastado para um túnel durante ação israelense para destruir um túnel em Gaza Imagem: EFE

Do UOL, em São Paulo

01/08/2014 18h55

O grupo palestino Hamas negou nesta sexta-feira (1º) ser responsável pelo sequestro do soldado israelense Hadar Goldin, 23, e diz não ter informações de outros grupos armados que atuam na Faixa de Gaza sobre o caso. A informação foi dada pelo porta-voz do grupo, Osama Hamdan, à “CNN”.

O ato foi tomado por Israel como uma quebra no cessar-fogo humanitário de 72 horas que deveria começar nesta sexta-feira. Segundo o país, um terrorista suicida teria explodido uma bomba perto de um grupo de soldados israelenses, matando dois oficiais. Goldin, que ocupa a posição de segundo-tenente, teria sido puxado logo em seguida para dentro do túnel.

Hamdan, no entanto, negou que os militantes palestinos tenham quebrado a trégua, dizendo que o confronto com as Forças Israelenses ocorreu “uma hora antes do cessar-fogo começar”. Ele também disse que o Hamas não tem informações sobre o suposto rapto de Goldin, nem sabe se outros grupos armados podem ser responsáveis pelo ato.

“Ninguém admitiu o sequestro. Ele pode ter sido morto, ele pode estar machucado, há muitas outras possibilidades. A menos que alguém reivindique o rapto, não há como confirmá-lo”, disse.

Hamdan discordou ainda sobre a condição de que o cessar-fogo permitia que Israel continuasse a ofensiva contra os túneis do Hamas em Gaza. “O acordo dizia para os combatentes ficarem onde estavam, sem entrar em confronto”, contestou.

Os Estados Unidos e a ONU condenaram duramente a quebra da trégua. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu a soltura “urgente” do soldado raptado e disse que conseguir um novo cessar-fogo “será difícil” sem que isso ocorra.

Mais cedo, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, já havia condenado a quebra do cessar-fogo, afirmando que militantes palestinos cometeram uma "revoltante violação". "Os EUA condenam nos mais duros termos possíveis o ataque de hoje", disse. Para Kerry, o ataque foi “uma afronta às garantias” que ambos os lados haviam dado ontem à ONU de que respeitariam o cessar-fogo.

Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, também condenou a quebra do cessar-fogo e se disse “profundamente chocado e desapontado” pela violação do Hamas. Ban disse ainda que estava “muito preocupado” com a retomada dos ataques israelenses em Gaza e pôs em dúvida a credibilidade das garantias acordadas previamente pelo Hamas com a ONU.

Em 25 dias de ofensiva, o número de mortos ultrapassou 1.500, segundo o Ministério da Saúde em Gaza, entre eles pelo menos 251 crianças, e os feridos chegam a 8.000. Do lado israelense, são 63 soldados mortos e três civis.