Jurados terão oito quesitos para analisar e dizer se Gil Rugai é culpado ou inocente
Os sete jurados que dirão nesta sexta-feira (22) se o estudante Gil Rugai, 29, é culpado ou inocente pelos assassinatos do pai e da madrasta terão oito quesitos para analisar em cada um dos dois homicídios antes de manifestar a decisão em plenário. A cada um desses quesitos, terão de responder “sim” ou “não”.
Resumo do julgamento
- Irmão de Gil Rugai é 1º testemunha dispensada pelo juiz sem perguntas da promotoria
- Perito dos casos Matsunaga e Richtofen é 11ª testemunha a ser ouvida no júri de Gil Rugai
- Repórter da Globo diz que fonte o informou sobre ação criminosa de policiais contra testemunha do caso Gil Rugai
- Defesa usa antropóloga da USP para dizer que Gil Rugai não é "estranho ou esquisito"
- Contador diz não ter como provar que Gil Rugai desviou dinheiro da empresa do pai
- Perito criminal é 1º testemunha de defesa a ser ouvida no caso Gil Rugai e encerra 2º dia de júri
- Depoimento de quase 6h de delegado do caso Gil Rugai explora fragilidade em perícias
- Defesa de Gil Rugai tenta desqualificar testemunha, e advogado chama assistente de acusação de "nojento"
- Contradições e provas técnicas marcam primeiro dia de julgamento de Gil Rugai em SP
- Marca na porta de empresário assassinado era de pé de Gil Rugai, diz outro perito em júri
- Legista não confirma relação entre lesão de Gil Rugai e marcas de pé na cena do crime
- Primeiro depoimento do caso Gil Rugai é marcado por bate-boca e contradições
- Defesa de Gil Rugai aponta ex-funcionário de produtora da vítima como "verdadeiro suspeito" do crime
- Defesa usa quebra de sigilo telefônico de Gil Rugai para desmontar versão sobre briga entre pai e filho
- Gil Rugai tinha "mala de fuga judaica" com facas e pistola, diz ex-sócio em júri popular
- Promotor diz que juiz do caso Gil Rugai é omisso e pode comprometer resultado do júri
Hoje é o quinto dia do júri popular do estudante. Desde segunda-feira (18), foram ouvidas 15 testemunhas, e, ontem (21), o próprio réu.
O resultado a ser pronunciado perante o júri depende da análise dos quesitos e é proclamado assim que se chegar a um número que equivalha à maioria. Dessa forma, como são sete jurados, assim que se chegar a um mesmo voto quatro vezes, os demais votos automaticamente não são mais considerados --a maioria foi atingida.
Ao todo, são duas séries iguais com quatro quesitos cada uma --a primeira, referente à vítima Luiz Carlos Rugai, e a segunda, à vítima Alessandra de Fátima Troitino. Pai e madrasta do réu, respectivamente, eles foram assassinados a tiros na noite do dia 28 de março de 2004 em sua residência em Perdizes (zona oeste de SP).
O primeiro quesito indaga sobre a existência do crime e a morte da vítima da série em questão.
O segundo quesito pergunta se foi o estudante quem efetuou os disparos, “acompanhado de terceira pessoa desconhecida”.
No terceiro quesito, é indagado se o jurado absolve o acusado. No quarto e último, a indagação é se o crime foi cometido por motivo torpe, “em razão de o réu ter sido afastado da participação dos negócios da vítima, não se conformando com tal situação”.
As respostas de cada jurado serão analisadas durante reunião do conselho de sentença com o juiz do caso, Paulo Paukoski Simoni, o promotor Rogério Zagallo e os advogados do réu, Marcelo Feller e Thiago Anastácio.
Essa análise, no entanto, depende ainda dos debates em plenário de acusação e promotoria, os quais têm duração de uma hora e meia cada, mais uma hora de réplica e uma hora de tréplica, se necessário.
O primeiro debate em andamento é o do promotor, que começou a falar aos jurados às 10h55 com ênfase na personalidade do réu. Dos sete jurados, cinco são homens e duas são mulheres.
Entenda o caso
O ex-seminarista Gil Rugai, 29, é acusado de tramar e executar a morte do pai, o empresário Luiz Carlos Rugai, 40, e da madrasta, Alessandra de Fátima Troitino, 33, em 28 de março de 2004.
O casal foi encontrado morto a tiros na residência onde morava no bairro Perdizes, zona oeste de São Paulo.
Segundo a acusação, o crime foi motivado pelo afastamento de Gil Rugai da empresa do pai, a Referência Filmes. O ex-seminarista estaria envolvido em um desfalque de R$ 100 mil e, por isso, teria sido demitido do departamento financeiro.
Durante as perícias do crime foram encontrados indícios que, segundo a acusação, apontam Gil Rugai como o autor do crime. Um deles foi o exame da marca de pé deixada pelo assassino numa porta ao tentar entrar na sala onde Luiz Carlos tentou se proteger.
O IC (Instituto de Criminalística) realizou exames de ressonância magnética no pé de Rugai e constatou que havia lesões compatíveis com a marca na porta.
Outra prova que será apresentada pela acusação foi uma arma encontrada, um ano e meio após o crime, no poço de armazenamento de água da chuva do prédio onde Gil Rugai tinha uma agência de publicidade.
O exame de balística confirmou que as nove cápsulas encontradas junto aos corpos do empresário e da mulher partiram dessa pistola.
O sócio de Rugai afirmou que ele mantinha uma arma idêntica em uma gaveta da agência de publicidade e que não a teria visto mais lá no dia seguinte aos assassinatos.
Gil Rugai chegou a ser preso duas vezes, mas foi solto por decisões da Justiça.
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