Topo

Soraya Thronicke diz que não irá apoiar nem Lula nem Bolsonaro no 2º turno

Soraya Thronicke (União Brasil), ex-candidata à Presidência derrotada no 1º turno - Lourival Ribeiro/SBT/Divulgação
Soraya Thronicke (União Brasil), ex-candidata à Presidência derrotada no 1º turno Imagem: Lourival Ribeiro/SBT/Divulgação

Do UOL, em São Paulo

05/10/2022 23h45

A senadora Soraya Thronicke (União Brasil), candidata derrotada à Presidência da República, anunciou hoje que não irá apoiar o presidente Jair Bolsonaro (PL) nem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa pelo segundo turno à vaga no Palácio do Planalto.

A maioria dos brasileiros é contra a polarização, e em respeito, irei me abster. Não apoio nenhum dos candidatos que estão no 2° turno. Isso não muda meus posicionamentos, que todos já conhecem. Apenas me reservo ao dito que a Constituição me confere. Silêncio também é liberdade de expressão. Soraya Thronicke

Soraya ficou em quinto lugar na disputa, com 0,51% (600.953 votos). Lula obteve 48,43% enquanto Bolsonaro teve 43,20% dos votos entre o eleitorado brasileiro. O segundo turno está previsto para ocorrer no próximo dia 30.

Nesta quarta-feira (5), Lula confirmou que terá ao seu lado a senadora Simone Tebet (MDB), fechando parcerias com os principais presidenciáveis derrotados, e também angariou apoio o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Já Bolsonaro teve a adesão dos governadores reeleitos Ibaneis Rocha (MDB-DF), Ratinho Jr (PSD-PR) e Ronaldo Caiado (União-GO), o que amplia ainda mais seus palanques nos estados.

Apoios a Lula

Fechado com os presidenciáveis. Já sinalizado desde domingo, o embarque de Tebet na campanha lulista foi selado hoje, após um encontro da parlamentar com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice na chapa petista. O contato entre Lula e Tebet foi mediado por Janja, esposa do ex-presidente.

Em pronunciamento após a confirmação do apoio, Tebet declarou que Lula tem "compromisso com a democracia e a Constituição", algo que ela não vê em Bolsonaro. O MDB, partido da senadora, liberou os filiados "para que cada um se manifeste conforme sua consciência" na disputa presidencial.

Com os endossos de Tebet e do ex-ministro Ciro Gomes (PDT), anunciado ontem, Lula tem a seu lado os dois candidatos à Presidência mais bem votados que não foram ao segundo turno. Juntos, Tebet e Ciro tiveram mais de 8,5 milhões de votos no último domingo.

Divisão no PSDB. Aos 91 anos, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) anunciou por meio do Twitter que votará em Lula. O tucano, que derrotou o petista em duas eleições nos anos 90 e depois foi sucedido por ele na Presidência, fez duas publicações na rede social para manifestar apoio ao petista.

Em uma delas, FHC postou duas fotos dele com Lula em momentos distintos, antes e depois dos respectivos governos. Na segunda publicação, o tucano exibiu uma imagem da época da ditadura militar, que mostra ambos distribuindo panfletos em defesa da democracia.

A decisão de FHC reforça o posicionamento de quadros veteranos do PSDB a favor de Lula. Enquanto prefeitos tucanos do interior paulista e o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), têm se alinhado com Bolsonaro, o petista teve a adesão dos senadores Tasso Jereissati (CE) e José Serra (SP), além dos ex-senadores Aloysio Nunes (SP) e José Aníbal (SP).

Em entrevista ao UOL, Aníbal disse considerar a aliança com Bolsonaro "incompatível com o PSDB". Outros nomes da sigla, como a senadora Mara Gabrilli (SP) e o ex-governador de São Paulo João Doria, declararam que não votarão em nenhum dos dois no segundo turno.

Governadores com Lula. Em reunião na tarde de hoje, em São Paulo, Lula reuniu oito governadores e 16 senadores para reagir à crescente mobilização de chefes do Executivo em torno de Bolsonaro nos últimos dias. Dos governadores eleitos ou reeleitos no último domingo, cinco já declararam apoio a Lula:

  • Elmano Freitas (PT), do Ceará
  • Rafael Fonteles (PT), do Piauí
  • Fátima Bezerra (PT), do Rio Grande do Norte
  • Carlos Brandão (PSB), do Maranhão
  • Helder Barbalho (MDB), do Pará

Apoios a Bolsonaro

Mais governadores. Os governadores reeleitos do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e do Paraná, Ratinho Jr (PSD), visitaram Bolsonaro hoje, no Palácio do Alvorada, e declararam apoio pela reeleição do presidente.

Ibaneis, que teve atritos com Bolsonaro na pandemia, declarou que o apoio ao atual mandatário no segundo turno é "natural" e "vem de coração". O emedebista criticou Tebet por ter se alinhado a Lula, afirmando que a posição sa senadora é isolada no MDB.

Outros nomes do partido tendem a apoiar Bolsonaro. O presidente nacional da sigla, deputado Baleia Rossi (SP), e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, declararam apoio ao ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) no segundo turno da disputa pelo governo estadual, e tendem a se alinhar a Bolsonaro.

Hoje Bolsonaro confirmou também o apoio de Ronaldo Caiado (União-GO), reeleito governador de Goiás, com quem também teve atritos devido à gestão da pandemia. Ao todo, o presidente já tem o apoio de oito chefes de Executivo estaduais, o que inclui vários dos maiores colégios eleitorais do país.

  • Gladson Cameli (PP), do Acre
  • Ibaneis Rocha (MDB), do Distrito Federal
  • Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás
  • Mauro Mendes (União Brasil), de Mato Grosso
  • Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais
  • Ratinho Jr (PSD), do Paraná
  • Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro
  • Antonio Denarium (PP), de Roraima

Posição de Temer. O ex-presidente Michel Temer (MDB), antecessor de Bolsonaro no cargo, deverá ficar neutro no segundo turno. Conforme apurou o UOL, ele já garantiu que não apoiará Lula, mas só deverá anunciar na sexta-feira sua posição definitiva.

Diante de notícias publicadas hoje, de que o emedebista apoiaria Bolsonaro, o ex-ministro Moreira Franco (MDB), um dos nomes mais próximos de Temer, afirmou que ele não deverá se alinhar ao atual presidente.