Franco diz que vai buscar ajuda de Lugo para se reconciliar com vizinhos
O novo presidente paraguaio, Federico Franco, disse que pedirá ajuda ao seu antecessor, Fernando Lugo, para se conciliar com os países vizinhos que questionam a legitimidade de seu governo.
“Estou tentando falar com o presidente Lugo. Acho que sua presença como paraguaio é muito importante, para tentar dar uma imagem internacional, neste momento em que o país precisa de um governo legalmente constituído”, declarou Franco, em entrevista à agência AFP.
Lugo foi destituído na última sexta-feira (22) pelo Congresso depois de um julgamento político sumário, iniciado 24 horas antes.
Até o momento, os países latinoamericanos não reconheceram o novo governo paraguaio, situação que se agravou na noite deste sábado (23), quando o governo argentino anunciou a retirada de seu embaixador em Assunção, e países como Brasil e Uruguai chamaram os seus para consultas.
“A Argentina não irá validar o golpe no Paraguai”, anunciou a presidente do país, Cristina Kirchner, em sua conta no Twitter.
O novo presidente do Paraguai, por sua vez,disse que“provavelmente” não vai participar da cúpula do Mercosul (bloco formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai), que será realizada na próxima semana, na Argentina.
“Não temos uma posição clara do Mercosul quanto à minha participação, e se minha presença irá interferir ou prejudicar as relações, não faz sentido ir”, declarou Franco.
Em todo caso, o presidente paraguaio disse que vai “esperar ver o que acontece nos próximos dias”, mas adiantou que “o mais importante é reorganizar o país, pois tudo é muito novo e não seria muito prudente deixar o Paraguai neste momento”.
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“Espero que os governos dos países vizinhos, Argentina, Brasil e Uruguai Paraguai, entendam a situação do Paraguai", explicou Franco.
Onúncio católico Eliseo Ariotti foi oprimeiro diplomata a visitar o novo presidente, na sede do governo, na manhã deste sábado (23), pouco antes de os embaixadores dos Estados Unidos e da Alemanha.
“Me preocupo com a situação atual, reconheço que há inconvenientes com a comunidade internacional”, declarou Franco, em coletiva de imprensa com veículos internacionais.
“Faremos todos os esforços para fazer contato com os países vizinhos, para tentar obter fatos que demonstram o nosso compromisso claro com a democracia”, completou.
O paraguaio disse ainda que um possível bloqueio ao país prejudicaria aos próprios empresários brasileiros que têm investimentos no Paraguai, um país sem litoral, que mantém maioria (cerca de 60%) de seu comércio com o Brasil.
“Os brasileiros radicados no Paraguai terão, como sempre, um tratamento preferencial”, assegurou Franco, numa referência aos chamados ‘brasiguaios’, agricultores que exploram terras férteis no país.
*Com informações da AFP
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