Conselho de Segurança da ONU solicita cessar-fogo imediato na faixa de Gaza
Com mais de 1.000 pessoas mortas no conflito entre Israel e Hamas, o Conselho de Segurança da ONU pediu "um cessar-fogo humanitário imediato e incondicional" na guerra de Gaza entre Israel e o Hamas. O pedido foi feito após reunião de emergência reunida na sede da entidade, em Nova York, na madrugada desta segunda-feira (28), e foi criticado tanto por israelenses quanto por palestinos.
O cessar-fogo permitiria a entrega de "ajuda urgente", diz a declaração, lida pelo presidente rotativo do Conselho, o embaixador de Ruanda, Eugene-Richard Gasana. O texto acordado por unanimidade insta Israel e o Hamas "a aceitar e implementar integralmente o cessar-fogo humanitário no período do Eid al-Fitr” – feriado que marca o fim do Ramadã, o mês sagrado do islã.
Segundo a rede norte-americana CNN, O conselho de 15 países também proclamou seu apoio a "uma paz abrangente baseada na visão de uma região onde dois Estados democráticos, Israel e Palestina, vivem lado a lado em paz com fronteiras seguras e reconhecidas como previsto na resolução do Conselho de Segurança 1850 (de 2008)".
O representante palestino na ONU, Riyad Mansour, disse que o comunicado não fez avanços e que era necessária uma resolução formal exigindo a retirada das forças israelenses de Gaza. "Eles deveriam ter adotado uma resolução há mais tempo, condenando esta agressão e pedindo que esta agressão pare imediatamente", disse.
O representante de Israel na ONU, Ron Prosor, qualificou o comunicado de tendencioso, por deixar de mencionar o lançamento de foguetes por militantes palestinos contra o território israelense. "Milagrosamente, o texto não menciona o Hamas", protestou Prosor.
A chamada para um cessar-fogo veio depois que Hamas e Israel voltaram a novas agressões, depois de um cessar-fogo temporário falhar. O governo israelense acusou o Hamas de não ter respeitado a trégua solicitada pelo próprio grupo islâmico.
Mais de mil mortos, entre eles 218 crianças
Após a trégua de 12 horas do sábado (26), centenas de corpos que estavam sob escombros em Gaza foram recolhidos, o que aumentou o número de mortes palestinas para mais de mil, segundo a ONU e autoridades locais.
O Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) estima que ao menos 218 crianças foram mortas no confronto entre militares israelenses e radicais do Hamas. Desse total, dois terços delas teriam idade inferior a 12 anos.Do lado israelense, 43 soldados e três civis foram mortos em 20 dias de conflito.
"Parem matança"
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, condenou o ataque feito na última quinta-feira (24) ao abrigo da entidade na faixa de Gaza. Entre as vítimas estavam mulheres, crianças e funcionários da ONU.
O local, uma escola da UNWRA (Agência de Assistência aos Refugiados Palestinos) em Beit Hanoun, era usado por dezenas de pessoas como refúgio dos últimos confrontos na região entre Israel e o Hamas.
"Estou horrorizado com as notícias de um ataque a uma escola de UNRWA, em Gaza do norte, onde centenas de pessoas haviam se refugiado", afirmou Ban em comunicado no dia do ocorrido. "O ataque destaca a necessidade imperativa de parar a matança –e pará-la agora", disse Ban, acrescentando que Israel precisa respeitar regras humanitárias internacionais. Entre elas está a inviolabilidade das integridade das instalações da ONU e de seus funcionários. (Com agências internacionais)
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