Dadá e Jairo Martins abasteciam imprensa com informações de interesse de Cachoeira, diz advogado
O advogado Leonardo Gagno --que defende o sargento da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, conhecido como Dadá, e o jornalista Jairo Martins de Souza --informou nesta quinta-feira (24) que os dois trabalhavam para o empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, levantando informações e abastecendo veículos de comunicação.
Segundo o advogado, o interesse de Cachoeira no trabalho de Dadá e de Jairo Martins era "usar as informações no mundo dos negócios". "É notório que o interesse de Cachoeira era usar essas informações no mundo dos negócios. O Cachoeira é um negociante habilidoso. Penso que usava isso como arma de negociação", disse o advogado.
"O trabalho deles era pesquisar, saber das informações sempre referente a notícias. O Dadá levantava informações pelo perfil de servidor militar dele. [Jairo Martins de Souza] também investigava essas informações, até pelo perfil dele de jornalista investigativo. Eles são treinados para isso e são pessoas conhecidas no meio jornalístico", disse o advogado.
Os depoimentos de Dadá e de Jairo Martins estão previsto para hoje na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira. No entanto, segundo a defesa, eles permanecerão calados.
Dadá foi flagrado em várias interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal e é acusado de ser espião do grupo. Além disso, ele é suspeito de arregimentar policiais federais, civis e militares para as atividades na organização criminosa. O inquérito da Polícia Federal também aponta que ele também atuava na promoção dos sites de aposta eletrônica da organização e nas frentes de fechamento de bingos rivais.
Cachoeira é investigado por comandar uma rede criminosa que cooptava agentes públicos e privados. Ele também é suspeito de liderar uma rede de jogos ilegais. Os inquéritos policiais apontam crimes de contrabando, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, peculato, violação de sigilo e formação de quadrilha que teriam sido praticados pelo grupo.
De acordo com Leonardo Gagno, Dadá e Jairo Martins disseram não ter conhecimento sobre as atividades ilegais de Cachoeira, apesar da relação de "amizade" e "profissional" existente entre eles. "A relação que existia entre Dadá, Jairo e Cachoeira era de amizade e profissional. Os dois trabalhavam no levantamento de informações. Quanto a atividades ilícitas, isso depende do ponto de vista da sociedade. O jogo é moral para nós, mas é ilegal no Brasil. Eles não tinham conhecimento de outras atividades do Carlos Cachoeira", defendeu.
O advogado negou ainda que Dadá e Jairo Martins teriam atuado no levantamento de informações por meios ilegais, como escuta clandestinas e vazamento de documentos sigilosos. "Eles não eram arapongas", disse. "Pelo que vi, essas informações não eram sigilosas, qualquer advogado, qualquer pessoa atuante pode ter oferecido essas informações a eles", destacou.
"Dadá foi treinado na Presidência [da República] e na Abin [Agência Brasileira de Informação] para detectar escutas ambientais e telefônicas. Essa história de que ele é um araponga, que mantinha grampos, não é verdadeira", destacou.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.