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Após recusa, Perillo vai colocar sigilos à disposição da CPI, diz líder tucano

Marconi Perillo (PSDB) durante depoimento na CPI - Ueslei Marcelino/Reuters
Marconi Perillo (PSDB) durante depoimento na CPI Imagem: Ueslei Marcelino/Reuters

Do UOL, em São Paulo

13/06/2012 15h56

O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), entrou em contato com o líder do PSDB na Câmara, deputado Bruno Araújo (PE), e colocou à disposição da CPI do Cachoeira seus sigilos bancário, fiscal e telefônico.

Em depoimento ontem à CPI, Perillo disse que não via justificativa para a quebra dos seus sigilos. Questionado sobre a negativa anterior, Araújo disse que a forma como ele foi questionado pelo relator, deputado Odair Cunha (PT-MG), o colocava como investigado e, por isso, não foi possível chegar a esse acordo para fazer a quebra de sigilos do governador goiano.

Segundo Araújo, “não há nada a esconder, e o PSDB tem confiança na idoneidade do governador Perillo”. Ele considerou o depoimento de ontem firme e que não deixou dúvidas.

A pergunta sobre a quebra dos sigilos de Perillo foi o momento mais de maior exaltação no depoimento de ontem. Após o questionamento de Cunha, houve bate-boca com parlamentares aliados do governador, que defenderam que o pedido de quebra de sigilo só pode ser feito por meio de requerimento.

O presidente da CPI, Vital do Rêgo (PMDB-PB), interveio de maneira enérgica para restabelecer a ordem na comissão. Perillo, por sua vez, afirmou que não via justificativa. "Não vejo, sinceramente, motivos suficientes, justificativas plausíveis, fundamentação para que haja quebra de sigilo bancário e telefônico, mas essa decisão não me cabe, mas à comissão e ao Tribunal de Justiça."

Petista coloca sigilos à disposição

Hoje, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), disse que coloca à disposição da comissão os seus sigilos. "Ouvi uma vez de um homem do povo que quem não deve, não teme", afirmou o governador em depoimento à CPI do Cachoeira. Ao anunciar a sua decisão, partidários do petista o aplaudiram efusivamente.

“Meu patrimônio hoje é bem modesto para um médico com mais de 30 anos de trabalho”, disse. A autorização foi concedida após o governador ter mencionado que está sendo acusado de enriquecimento ilícito. Um dos principais questionamentos da comissão está relacionado à casa que Agnelo e sua mulher adquiriram em 2007.

Após Agnelo oferecer a quebra de sigilo, um requerimento assinado por 16 parlamentares foi entregue à secretaria da CPI. O requerimento deve ser votado amanhã.

O requerimento pede quebra de sigilo dos dois governadores -- Agnelo Queiroz e Marconi Perillo -- nos últimos cinco anos. "Quem for contrário à quebra do sigilo do Perillo e do Agnelo tem que votar amanhã. Agnelo não precisava, porque já colocou à disposição da comissão voluntariamente. Mas, se alguém entender que seja [quebrado] por dez anos, não temos nenhum problema com isso", disse o deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-SP), um dos signatários do requerimento.