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Laudo psiquiátrico diz que Cachoeira está apto a depor na quarta-feira

Maíra Magro

24/07/2012 15h14

Uma avaliação psiquiátrica de Carlinhos Cachoeira concluiu que ele está apto a depor na quarta-feira (25) em audiência na Justiça Federal em Goiânia, onde corre a ação penal decorrente da operação Monte Carlo da Polícia Federal. Cachoeira e outros sete réus são acusados de formação de quadrilha armada, corrupção e outros crimes.

A avaliação psiquiátrica foi feita por peritos da Polícia Federal nomeados pelo juiz federal Alderico Rocha Santos, responsável pelo caso. "Ele não tem nenhuma perturbação mental e está apto a participar da audiência", confirmou a procuradora Léa Batista Oliveira, do Ministério Público Federal em Goiás, que atua na ação.

Nesta terça (24), estão sendo tomados os depoimentos das testemunhas de acusação e defesa. Na parte da manhã, foi ouvido o policial da PF Fábio Azevedo Shor, que atuou na Monte Carlo. Ainda faltam ouvir outras três testemunhas de acusação e outras dez da defesa.

Mas tanto o MPF quanto advogados avaliam a possibilidade de dispensar algumas testemunhas, pois não haveria tempo hábil para todos os depoimentos até o fim do dia.

Cachoeira presente

Cachoeira e outros réus, como o sargento aposentado da PF Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, estão presentes na audiência. Eles estão sentados nas primeiras filas do auditório da Justiça Federal em Goiânia, ao lado de policiais federais. Cachoeira está visivelmente mais magro e abatido. O juiz perguntou se os réus autorizavam a imprensa a filmá-los e fotografá-los. Cachoeira, preso desde fevereiro, foi o primeiro a levantar o dedo sinalizando que não concordava.

Durante o primeiro depoimento, advogados de defesa tentaram diversas vezes desqualificar as provas da acusação, principalmente as escutas telefônicas, e chegaram a bater-boca com os procuradores e o juiz. Eles reclamaram da imprensa, pediram ao juiz que evitasse a produção de imagens e defenderam que não deveriam ser revistados antes de entrar na sala de audiência, ao contrário de todos os outros presentes. "Essa tentativa de desqualificar o trabalho da PF e do Ministério Público é natural da defesa", minimizaram os procuradores que atuam no caso.

O interrogatório foi interrompido às 13h40 para almoço.

A procuradora Léa Batista de Oliveira contou, durante o intervalo, que recebeu ao todo três e-mails com ameaças por sua atuação na operação Monte Carlo. "Também houve uma tentativa de invasão da casa", afirmou ela. O primeiro e-mail teve autoria atribuída ao ex-cunhado de Cachoeira, Adriano Aprígio de Souza. Ele chegou a ser preso por conta das ameaças, mas foi solto esta semana, após pagar fiança.

Léa informou que os outros dois e-mails partiram de Anápolis, em Goiás, mas a autoria ainda não foi confirmada.

"O juiz deixou bem claro que, a partir da investigação dos novos e-mails, mudando o quadro, pode ser decretada novamente a prisão", disse a procuradora.