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Maior chuva em 15 anos causa transtornos e prejuízos em Fortaleza

Kamila Fernandes

Do UOL, em Fortaleza

28/03/2012 11h55Atualizada em 28/03/2012 12h30

Ruas alagadas, semáforos enguiçados, córregos transbordando. Assim ficou Fortaleza após a segunda maior chuva já notificada desde 1974, quando começaram a ser feitos os registros pluviométricos na cidade. Entre as 2h40 e as 15h de terça-feira (27) choveu 268,5 milímetros –quantidade maior do que a esperada para todo o mês de março, segundo a Funceme (Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos). A maior chuva até hoje registrada aconteceu em 1997, com 270,9 milímetros.

Os maiores transtornos aconteceram em bairros da Secretaria Executiva Regional 3, do lado oeste da capital. Ao todo, a Defesa Civil do município atendeu 180 ocorrências, com 85 alagamentos. Houve ainda 13 desabamentos, 15 riscos de desabamento, cinco incêndios, um risco de incêndio e 61 inundações. Apesar do volume de água, só foi necessário remover quatro famílias de suas casas. Não houve mortos nem feridos.

Segundo a Defesa Civil, desde o começo do período chuvoso, é feito um trabalho preventivo nas 89 áreas de risco da cidade, com a limpeza de córregos e lagoas, a desobstrução de canais e a retirada de famílias em áreas de risco. A última morte por causa das chuvas em Fortaleza aconteceu em 2005.

A chuva continuou na madrugada de hoje, porém em menor intensidade. Entre as 17h desta terça-feira e as 7h de hoje, a Defesa Civil atendeu 28 ocorrências, com 14 alagamentos. Nesse período, choveu 93,8 milímetros na capital cearense, de acordo com a Funceme.

Além de ruas alagadas, oito cruzamentos amanheceram com os semáforos apagados. Em muitas vias, veículos de pequeno porte tiveram dificuldade de passar por causa do acúmulo de água.

Houve prejuízo também em um campus da Universidade Federal do Ceará (UFC). O laboratório de piscicultura do campus do Pici ficou destruído, com o transbordamento do canal do açude Santo Anastácio. Inúmeras pesquisas foram prejudicadas. Com a ajuda de 20 pessoas, o canal foi desobstruído e hoje o trabalho de limpeza no entorno da estação de piscicultura continua, de acordo com a universidade.