Campanha presidencial mais curta da história da Venezuela começa nesta terça-feira
Os candidatos à presidência da Venezuela têm apenas dez dias para convencer os eleitores sobre quem tem o melhor projeto para o país. A partir de desta terça-feira (2), os sete candidatos fazem campanha, mas, na prática, o pleito se resume aos dois principais concorrentes: o chavista Nicolás Maduro e o anti-chavista Henrique Capriles Radonski.
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Esta é a primeira campanha sem a presença física de Hugo Chávez desde 1999. No entanto, o ex-presidente ainda é o personagem central da política venezuelana.
O presidente em exercício e candidato chavista Nicolás Maduro inicia sua campanha no Estado de Barinas, onde Chávez nasceu.
Capriles planejava fazer o mesmo, mas desistiu de iniciar sua cruzada no mesmo lugar que o candidato governista.
O oposicionista estará na cidade de Maturín para o começo de sua campanha. “Nossa Venezuela é suficientemente grande e as ruas são amplas para que todos possamos fazer campanha”, afirmou.
Desde o anúncio da morte de Chávez, a Venezuela já entrou em clima de campanha. No último sábado, a tradição da malhação de Judas ganhou bonecos com os rostos de Maduro e Capriles que apanharam pelas ruas do país.
Maduro percorre “caminhos de Chávez”
A estratégia do governista Nicolás Maduro é muito simples, colar sua imagem na de Chávez como o herdeiro do chavismo escolhido pelo próprio ex-presidente.
Maduro afirma estar preparado para assumir o chavismo e garante que “a revolução está unida sem data de validade”.
"Criticam-me porque falo muito de Chávez, mas deveria falar dele um milhão de vezes, porque lembro dele em cada ato, em cada momento. Sempre precisaremos dele", afirmou Maduro em um comício, no sábado (30), ainda na fase de pré-campanha em Barinas.
Durante a curta campanha, Maduro emulará o percurso que Chávez fez no ano passado antes do pleito de outubro e que então se chamou "De Sabaneta a Miraflores".
Com slogans do tipo "Chávez, te juro, eu voto em Maduro" e "Com Chávez e Maduro o povo está seguro", os chavistas esperam vencer o pleito.
Mais do que eleger Maduro, a esperança é que os 8 milhões de votos conseguidos por Chávez no ano passado se convertam em 10 milhões, marca que o ex-presidente nunca alcançou.
Maduro também não dispensa as críticas ao seu principal adversário político. No sábado, chegou a chamar Capriles de chefe dos "herdeiros de Hitler". Em outros eventos, já disse que o rival era um “fariseu”, “burguesinho”.
Capriles visitará Estado chavista na quarta
Apesar de ter desistido de começar a campanha em Barinas, Capriles irá visitar o Estado natal de Chávez já na quarta-feira (2).
O oposicionista afirmou que o fato de ter adiado a visita à região em um dia não deve ser interpretado com uma mostra de fraqueza.
Com a difícil missão de combater o chavismo em um período em que boa parte da população ainda está comovida e enlutada com a morte de Chávez, Capriles também ataca seu adversário.
Durante a pré-campanha, disse que seu governo não eliminará os os programas sociais de Chávez, chamados "missões".
Em seus discursos, chama Maduro de mentiroso. "Resta a ele a guerra suja. Ele anda dizendo que o lobo está vindo, mas o lobo é que está governando", afirmou.
Pesquisa
Segundo pesquisa de acordo com a mais recente pesquisa de intenção de voto realizada pelo Ivad (Instituto Venezuelano de Análise de Dados), Maduro tem 23 pontos de vantagem sobre Capriles.
De acordo com a pesquisa, o candidato chavista tem 53,8% das intenções de votos, enquanto o oposicionista teria a preferência de 30,8%. O instituto ouviu 1.200 pessoas entre os dias 19 e 23 de março.
O vencedor do pleito de 14 de abril concluirá a gestão 2013-2019, que começou no último dia 10 de janeiro.
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