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Aumento de mortos em Gaza preocupa, afirma Obama; Hamas diz que lutará "com sangue"

Do UOL, em São Paulo

21/07/2014 12h58Atualizada em 21/07/2014 14h29

Em um pronunciamento nos jardins da Casa Branca, em Washington (EUA), nesta segunda-feira (21), o presidente Barack Obama confirmou que o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, está a caminho do Oriente Médio para possíveis tentativas de negociações no conflito entre israelenses e palestinos.

Obama voltou a dizer que “Israel tem o direito de se defender dos foguetes e túneis usados pelo Hamas" para atacar seu território, mas ressaltou que tem “sérias preocupações com o aumento de mortes de civis palestinos e de israelenses” em meio ao conflito que agora está em seu 14º dia.

"Como resultado, Israel já fez estrago suficiente à infraestrutura terrorista do Hamas em Gaza. É por isso que tem que ser nosso foco e o da comunidade internacional fazer chegar a um cessar-fogo que encerre o combate e que possa parar as mortes de civis inocentes, tanto em Gaza como em Israel", afirmou o presidente.

De acordo com ele, o secretário Kerry vai se encontrar com aliados e parceiros para tentar um imediato fim das "hostilidades" na região.

"Eu o instruí a insistir em um cessar imediato das hostilidades, baseado em um retorno ao acordo de cessar-fogo de novembro de 2012 entre Israel e o Hamas em Gaza", declarou Obama. "Obviamente há enormes paixões envolvidas nisso e alguns assuntos estratégicos muito difíceis envolvidos (...). Não queremos ver mais civis sendo mortos", afirmou o presidente. 

De acordo com o jornal norte-americano “Washington Post”, chegou a 500 o número de palestinos mortos após o início da ofensiva israelense em Gaza, controlada pelo Hamas. Do lado israelense, foram 27 mortes.

Israel declarou hoje que evitou duas novas tentativas do grupo islâmico de se infiltrar em seu território usando túneis na faixa de Gaza.

O principal líder do Hamas na faixa de Gaza, Ismail Haniyeh, disse que o objetivo das batalhas contra Israel por parte de seu grupo é forçar um fim ao bloqueio do território, segundo reportagem da Associated Press.

A afirmação pode indicar que nem tão cedo se chegará a um cessar-fogo incondicional na região.

Em um pronunciamento hoje na TV, Haniyeh afirmou que “nós não podemos voltar, não podemos retornar à morte silenciosa” do bloqueio. “Gaza decidiu colocar um fim ao bloqueio com seu sangue e sua coragem.”

Israel e o Egito impuseram o fechamento do território em 2007 após o Hamas assumir o controle de Gaza, que estava com a Autoridade Palestina, entidade apoiada pelo Ocidente.