Em momento inédito, Barbosa se desculpa com Lewandowski, que vê "gesto de grandeza" do colega
O ministro-relator no julgamento do mensalão, Joaquim Barbosa, pediu desculpas ao revisor, Ricardo Lewandowski, após ter feito duras críticas contra o colega na sessão desta quarta-feira (24) no STF (Supremo Tribunal Federal). É a primeira vez que Barbosa pede desculpas ao colega, com o qual bateu-boca em vários momentos durante o julgamento do mensalão.
“Gostaria de externar minha preocupação quanto ao ritmo desta nossa dosimetria e dizer que estou muito preocupado e isso tem me levado a me exceder, como fiz há pouco ao rebater de maneira exacerbada o colega ministro Lewandowski, a quem peço desculpas pelo excesso”, afirmou Barbosa.
Ao tomar a palavra, o revisor aceitou as desculpas e agradeceu o colega.
"Inicialmente, eu queria assinalar o gesto de grandeza do eminente ministro-relator, Joaquim Barbosa ao me pedir desculpas", disse. "Quero dizer que as aceito prontamente. E asseguro a todos que as nossas divergências não desbordam do plano estritamente jurídico", acrescentou Lewandowski.
Nova briga
O pedido de desculpas do relator foi feito após o intervalo do julgamento. Mais cedo, Barbosa mais uma vez se desentendeu com Lewandowski e foi repreendido por outros ministros.
A discussão ocorreu durante a votação para definir o tamanho do pena do publicitário Marcos Valério. "A minha lógica não é de vossa excelência", disse Barbosa a Lewandowski, que respondeu: "a minha a lógica é a da Constituição."
Em seguida, Barbosa afirmou: "não barateio o crime de corrupção". O ministro Marco Aurélio interveio e disse ao relator que "num colegiado o dissenso é salutar."
"Não é salutar. A tática do ministro Lewandowski é plantar nesse momento o que ele vai colher daqui a pouco", disse o relator.
Pouco depois, Barbosa voltou a se irritar, quando Lewandowski disse que ele estaria "sofismando", após o relator dizer que a pena para Valério era muito branda. "Vossa excelencia [Lewandowski] é que advoga para ele", questionou Barbosa.
"Relator, aqui todo mundo é juiz, ninguém advoga a ninguém", interveio o presidente da Corte, Ayres Britto.
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