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ONU abre investigação sobre ofensiva israelense na faixa de Gaza

Stephanie Nebehay e Tom Miles

Em Genebra

23/07/2014 17h02

A ONU (Organização das Nações Unidas) lançou uma investigação internacional sobre violações de direitos humanos e crimes que podem ter sido cometidos por Israel durante sua ofensiva militar na faixa de Gaza.

O embaixador de Israel, Eviator Manor, em comentários feitos antes da votação, declarou ao fórum: "Por que este Conselho acredita que apontar o dedo e envergonhar Israel vai levar a algum lugar?"

"Durante toda a escalada dos eventos, Israel sempre agiu com a máxima contenção, totalmente comprometido com a lei internacional em geral e com as leis de conflitos armados."

Israel estabeleceu sua própria comissão especial de inquérito "com um alcance além do exigido pelas leis internacional e criminal", afirmou Manor. "O Hamas é o agressor. O Hamas é quem comete crimes de guerra... Abram seus olhos para a realidade", disse.

O Conselho de Direitos Humanos repudiou a iniciativa israelense, que disse ter envolvido "ataques desproporcionais e indiscriminados", incluindo bombardeios aéreos de áreas civis, punição coletiva e a morte de mais de 650 palestinos.

Votação

No fim de uma sessão de emergência, o fórum de 47 membros adotou uma resolução apresentada pelos palestinos com 29 votos favoráveis, um contrário (os Estados Unidos) e 17 abstenções (incluindo todos os nove membros da União Europeia).

Israel e os EUA rejeitaram o inquérito, classificando-o como unilateral e contraproducente em meio aos esforços de buscar um cessar-fogo. Os israelenses têm o status de observadores nas conversas.

"Viemos aqui para tentar conseguir, junto com vocês, um mínimo de justiça para as crianças que estão sendo desmembradas, para as mulheres cujos corpos estão espalhados pelas ruas, para aqueles sendo exterminados", disse o embaixador da missão de observadores palestinos na ONU em Genebra, Ibrahim Khraishi.

A alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, disse que Israel pode ter cometido crimes de guerra ao matar civis bombardeando casas e hospitais durante sua ofensiva em Gaza, iniciada em 8 de julho. Ela também criticou o disparo de foguetes e morteiros por parte dos militantes palestinos contra Israel, afirmando que tais atos constituem violações da lei internacional.