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"Se o pior aconteceu, minha vida perdeu o sentido", diz pai de passageiro

Do UOL, em São Paulo

20/03/2014 16h10

A notícia de que possíveis destroços do avião da Malaysia Airlines desaparecido em 8 de março tenham sido detectados na oceano Índico, na costa australiana, caiu como uma pedra no estômago dos familiares dos passageiros do voo.

Por meio de imagens de satélites, dois objetos que podem ser do MH370 foram achados na costa sudoeste da Austrália, a 2.500km de Perth. Embora cautelosos, autoridades tanto da Malásia quanto da Austrália qualificaram a descoberta de uma "nova e crível" pista. 

"Se o pior aconteceu, minha vida perdeu o sentido. Esse é meu único filho", escreveu no Twitter o indiano Shahrukh Khan sobre o filho que estava no voo.

Sara Bacj, namorada do passageiro americano Philip Wood, descreveu à TV ABC News sua agonia. "A ambiguidade é uma coisa dolorosa. Se pelo menos você pode começar um ciclo de luto, esse ciclo pode durar um longo tempo, mas pelo menos você pode começá-lo", afirmou ela.

O chinês Wen Wancheng, 63, se recusou a aceitar a notícia de que pudesse ter perdido o filho.  "Meu filho ainda está vivo, meu filho ainda está vivo", disse. "Não acredito nas notícias."

"Estamos esperando, apenas esperando. Não podemos responder a notícias até que estejam confirmadas", disse Zhao Chunzeng. 

 

Na quarta-feira (19), o desespero dos familiares era tal que eles invadiram o local uma sala onde seria realizada uma entrevista coletiva  sobre o caso, em Kuala Lumpur, exigindo informações das autoridades.

O grupo, que marchou de um hotel próximo com um cartaz no qual exigia respostas ao governo da Malásia, foi desalojado à força pela polícia, que formou um cordão para evitar que os parentes fossem entrevistados pelos jornalistas.

"Por favor, me diga onde está meu filho, onde se encontra", gritou em mandarim, entre lágrimas, uma familiar, antes de ser retiradas da sala de um hotel em Sepang, perto do Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur, informou o jornal "Malaysian Insider".

"Nós não sabemos a verdade. Nós precisamos saber onde o avião está. Nós não precisamos de alguém tomando conta da gente todos os dias", disse outra das mulheres retiradas do local, segundo o britânico "The Guardian".

Na véspera, eles haviam ameaçado começar uma greve de fome caso não obtivessem mais informações. 

Objetos

Os dois objetos detectados poderiam ser partes da fuselagem do avião, um Boeing 777-200. Uma  Uma força-tarefa foi montada para localizá-los, mas, devido ao mau tempo e ao cair da noite, elas foram suspensas e devem ser retomadas apenas na sexta-feira (21).

"Estas são provavelmente as melhores pistas que temos agora. Mas precisamos chegar até lá, encontrá-las, vê-las e avaliá-las para saber se realmente são significativas ou não", afirmou  John Young, diretor da Amsa ((Autoridade Australiana de Segurança Marítima).

"Agora temos um indício crível", disse o ministro dos Transportes da Malásia, Hishammuddin Hussein, em uma entrevista no aeroporto de Kuala Lumpur. "Assim como fizemos desde o primeiro dia, vamos seguir cada pista e desta vez esperamos que tenha um desfecho positivo", acrescentou.

A cautela se justifca, já que em pelo menos outras duas ocasiões a localização de "possíveis destroços" acabou se comprovando um falso alarme.

Enquanto não se obtém uma confirmação, as buscas continuam nos corredores norte e sul, disse o ministro. Há 18 navios e 29 aeronaves de 26 países participando do esforço, além de inúmeros radares e satélites. (Com agências internacionais)$escape.getH()uolbr_geraModulos($escape.getQ()embed-foto$escape.getQ(),$escape.getQ()/2014/voo-mh-370-desaparece-na-asia-1394753534024.vm$escape.getQ())