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Após 10 dias de ataques aéreos, Israel inicia operação terrestre em Gaza

Tanque israelense se dirige para a faixa de Gaza. O Exército israelense anunciou o início de uma ofensiva terrestre conta o Hamas nesta quinta-feira (17) - EFE
Tanque israelense se dirige para a faixa de Gaza. O Exército israelense anunciou o início de uma ofensiva terrestre conta o Hamas nesta quinta-feira (17) Imagem: EFE

Do UOL, em São Paulo

17/07/2014 17h13Atualizada em 17/07/2014 19h13

O Estado de Israel iniciou na noite desta quinta-feira (17) uma operação terrestre na faixa de Gaza, depois de dez dias de ataques que deixaram 237 mortos, anunciou o Exército em um comunicado.

"Após dez dias de ataques aéreos, marítimos e terrestres do Hamas e das recusas em acalmar a situação, o Exército lançou uma operação terrestre na faixa de Gaza", indicou um comunicado militar.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, também instruiu nesta quinta-feira os militares para iniciar uma ofensiva terrestre na faixa de Gaza, de acordo com um comunicado oficial do gabinete do premiê.

"O primeiro-ministro e o ministro da Defesa instruíram o IDF (sigla em inglês para Forças de Defesa de Israel) a começar hoje à noite uma operação terrestre a fim de alvejar os túneis terroristas de Gaza para Israel", disse o comunicado.

Medida visa destruir túneis usados pelo Hamas em ataques contra Israel

Segundo um porta-voz militar, a ação tem como objetivo destruir túneis que permitem aos membros do Hamas entrar no país para realizar ataques. Diversas tropas e tanques israelenses já invadiram a região. De acordo com a mesma fonte, a medida foi tomada após o grupo fundamentalista recusar diversas ofertas para "esfriar" a situação.

Para autoridades israelenses, a nova fase da operação, que também inclui apoio naval e aéreo, visa estabelecer condições para que cidadãos israelenses possam vivem em segurança, além de atingir duramente a infraestrutura do Hamas, a facção palestina que controla Gaza.

Segundo informações do Exército, a ofensiva vai incluir operações de infantaria, de artilharia e de inteligência, apoiadas pela Força Aérea e pela Marinha.

A ofensiva faz parte da operação "Margem Protetora", iniciada há 10 dias para combater o movimento islâmico, após o assassinato de três jovens seminaristas judeus na Cisjordânia. Israel culpa o Hamas pelas mortes, mas a organização nega ter participação nos crimes.

A decisão israelense já provocou reação do lado palestino, e o Hamas se manifestou sobre o início da ofensiva. "Esperávamos ansiosamente essa operação por terra para ensinar uma lição a Israel", disse um porta-voz das Brigadas Izz ad-Din al-Qassam, braço armado do Hamas. 

Ofensiva aérea israelense matou ao menos 227 palestinos; disparos palestinos mataram um israelense

Ao menos 227 palestinos -- a maioria, civis, segundo a ONU, foram mortos em ataques aéreos israelenses desde que os conflitos começaram, em 8 de julho. Um israelense morreu por disparos de foguetes de Gaza. 

A ONU diz que pelo menos 1.370 casas foram destruídas em Gaza e mais de 18 mil pessoas foram deslocadas desde o início da ofensiva.

Mapa Israel, Cisjordânia e Gaza - Arte/UOL - Arte/UOL
Mapa mostra localização de Israel, Cisjordânia e Gaza
Imagem: Arte/UOL

Países haviam rompido trégua humanitária de cinco horas nesta quinta

Nesta quinta (17), uma trégua humanitária de cinco horas foi interrompida por disparos de pelo menos três morteiros da faixa de Gaza em direção a Israel, informaram forças de segurança israelenses.

Israel e o grupo palestino Hamas haviam concordado em interromper os combates temporariamente nesta quinta-feira para permitir que moradores de Gaza buscassem suprimentos. O Exército israelense havia informado que responderia imediatamente caso a trégua fosse quebrada pelo Hamas.

Quatro meninos de uma mesma família estão entre os mortos por ataques israelenses na quarta-feira. Eles morreram enquanto brincavam em uma praia perto da cidade de Gaza. Testemunhas disseram que o local foi atingido duas vezes.

Militares israelenses disseram estar "investigando cuidadosamente" o incidente de "resultado trágico" e que, "com base nos resultados preliminares, o alvo deste ataque eram agentes terroristas do Hamas".

O Exército israelense costuma atingir áreas abertas do litoral que alega serem usadas por militantes como zonas de lançamentos de foguetes.

O Hamas descreveu o ataque como um crime de guerra e pediu condenação da ONU. (Com agências internacionais e a BBC)