Novos vazamentos 'expõem grosseira ilegalidade de Moro', diz defesa de Lula
A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que os novos vazamentos sobre a Lava Jato publicados pela Folha de São Paulo em parceria com o site The Intercept Brasil "expõem as grosseiras ilegalidades praticadas pelo ex-juiz Sergio Moro e pelos procuradores da Lava Jato contra o ex-presidente Lula, contra os seus advogados, e também contra o Supremo Tribunal Federal".
Em 2016, Moro tornou público um diálogo entre a então presidente Dilma Rousseff e Lula, no qual ela sugeria empossar Lula como ministro da Casa Civil. Ele era investigado pela Lava Jato.
Para a investigação, a gravação indicava que a nomeação de Lula como ministro tinha como objetivo travar as investigações contra o petista, transferindo o caso de Curitiba para o STF.
Novas gravações obtidas pela Folha indicam que outras ligações foram interceptadas pela força-tarefa no mesmo dia. Nesses diálogos, o ex-presidente teria mostrado receio em aceitar o cargo.
Ainda segundo a defesa do ex-presidente, os novos vazamentos indicam que Moro e os procuradores "selecionaram conversas telefônicas mantidas por Lula, escondendo dos autos e do Supremo Tribunal Federal aquelas que deixavam claro que o ex-presidente aceitou o cargo de Ministro de Estado para ajudar o governo e o país e não para qualquer outra finalidade ligada às investigações da Lava Jato".
Os procuradores da Lava Jato, continua a nota, "tinham plena consciência da ilegalidade que estavam praticando ao divulgarem conversas telefônicas,
inclusive aquelas captadas após a decisão judicial que determinou o encerramento das interceptações, mas mesmo assim decidiram levar adiante
essa iniciativa, juntamente com o ex-juiz Sergio Moro, para alcançar resultados políticos e estranhos ao processo".
O comunicado cita ainda que a conversa mantida entre o advogado Cristiano Zanin Martins e Lula, em março de 2016 e gravada pela investigação "reforça que o ex-presidente Lula sequer tinha o objetivo de aceitar o cargo de Ministro de Estado e muito menos o de impedir qualquer investigação da
Lava Jato".
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