Após decisão do STF, Moro diz que julgamentos na Lava Jato foram imparciais
Após o STF (Supremo Tribunal Federal) considerar que Sergio Moro foi parcial ao condenar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP), o ex-juiz da Lava Jato se defendeu, dizendo que sempre tratou os acusados pela força-tarefa da operação "com o devido respeito".
"Todos os acusados foram tratados nos processos e julgamentos com o devido respeito, com imparcialidade e sem qualquer animosidade da minha parte, como juiz do caso", disse, em nota, o ex-juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba.
Ao julgar a suspeição de Moro, os ministros da Segunda Turma do STF restringiram a análise à atuação de Moro no caso do tríplex em Guarujá (SP), no qual o petista, em 2018, foi condenado pelo suposto recebimento do imóvel como forma de propina.
O recurso contra Moro foi apresentado pela defesa de Lula em novembro de 2018, dias depois de o então juiz da Lava Jato ter abandonado a magistratura para assumir o cargo de ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro (sem partido).
Para a defesa de Lula, o aceite de Moro para chefiar o ministério mostrava uma motivação política do ex-juiz para julgar o petista. O ex-presidente ficou de fora da eleição presidencial em 2018, vencida por Bolsonaro, em razão da sentença no caso do tríplex.
O julgamento contra Moro havia começado ainda em novembro de 2018. O caso foi retomado agora, em março, após o ministro Edson Fachin anular as condenações de Lula na Vara de Curitiba, ordenando o encaminhamento dos processos à Justiça Federal do DF.
O caso contou com a mudança de voto da ministra Carmén Lúcia — em 2018, votou a favor de Moro; agora, contra. De lá para cá, vazamentos de mensagens expuseram conversas entre o ex-juiz e procuradores da Operação Lava Jato.
Sobre a decisão da Segunda Turma do Supremo, Moro disse ter "absoluta tranquilidade em relação aos acertos" das decisões que teve enquanto juiz, "todas fundamentadas", "inclusive" aquelas que tinham como acusado o ex-presidente [Lula]".
Ainda na nota, Moro defendeu a Operação Lava Jato, a qual chamou de "marco no combate à corrupção e à lavagem de dinheiro no Brasil e, de certo modo, em outros países, especialmente da América Latina".
"O Brasil não pode retroceder e destruir o passado recente de combate à corrupção e à impunidade e pelo qual foi elogiado internacionalmente", afirmou. "A preocupação deve ser com o presente e com o futuro", finalizou a nota.
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