Cala a boca já morreu, notáveis ficcionistas: frases sobre Vaza Jato no STF
A Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu pela manutenção da decisão do ministro Ricardo Lewandowski de compartilhar mensagens hackeadas da Lava Jato com a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
De posse desse material, os advogados do petista querem apontar que o então juiz federal Sergio Moro trocava mensagens com integrantes da força-tarefa para perseguir Lula.
Durante o julgamento, Lewandowski, os demais ministros do STF, a subprocuradora-geral da República, Cláudia Sampaio Marques, o advogado dos procuradores da Lava Jato, Marcelo Knopfelmacher, e advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, argumentaram sobre o tema. Veja abaixo as principais frases.
Ricardo Lewandowski:
Cala a boca já morreu. Veja que, quando o interesse público está em jogo, não há que falar em sigilo e confidencialidades.
Ao defender a liberação da íntegra das mensagens
Não são decisões do relator voluntariosas. O material foi aberto, exposto de forma extremamente criteriosa e resguardados os interesses de terceiros.
Sobre não terem vazados dados sobre outras pessoas não envolvidas na Operação Lava Jato
Gilmar Mendes:
Não se atira no mensageiro, e bom olhar para o próprio telhado.
Em resposta à subprocuradora-geral da República
Ou as mensagens são verdadeiras ou esses hackers de Araraquara são uns notáveis ficcionistas, já que escreveram tudo isso. Então vejam os senhores o tamanho do constrangimento. Ou é verdade ou merecem o Nobel de Literatura.
Sobre o teor dos diálogos vazados
Receita Federal virou um braço da Stasi brasileira.
Mendes, ao se referir sobre a polícia secreta da Alemanha Oriental, durante o Muro de Berlim, sobre a atuação do órgão brasileiro exposta nas mensagens vazadas
Cristiano Zanin Martins:
Não estamos tratando de nenhuma conversa familiar, de amigos, entre anjos, estamos tratando aqui da prática de atos ilícitos que foram clandestinamente tramados no aplicativo Telegram, inclusive para sonegar desta defesa elementos de prova que estão em discussão nesta reclamação.
Sobre as mensagens vazadas não envolverem terceiros fora da Operação Lava Jato
Cláudia Sampaio Marques:
O eminente ex-presidente da República [Lula] tem em suas mãos um farto material sem limitação de uso de pessoas que não dizem respeito a ele, não dizem respeito à Lava Jato.
Sobre Lula ficar com acesso a dados fora de sua investigação
O que aconteceu foi de extrema gravidade. Em tantos anos no Supremo Tribunal Federal, nunca vi uma situação dessa magnitude.
O relator, data venia, não se preocupou com a violação dos direitos dessas pessoas.
Sobre os dados vazados pelos hackers envolvidos na Operação Spoofing
A história julgará certamente o que está acontecendo nesses autos.
Sobre a importância do julgamento de hoje
Marcelo Knopfelmacher:
Que laudo é esse? É um auto de busca e apreensão.
Contestando a veracidade das mensagens
Kassio Nunes Marques:
Não estou fazendo juízo de mérito acerca da validade ou autenticidade.
Ao defender a liberação do compartilhamento das mensagens
Luiz Edson Fachin:
Todo o material foi fornecido ao reclamante sem o desmembramento das mensagens conforme combinado na decisão.
Não poderia ser editado sem conhecimento da Polícia Federal, mas não atesta a veracidade do conteúdo.
Sobre as mensagens vazadas
Cármen Lúcia:
A polícia tem acesso aos autos, a Justiça tem acesso aos autos, mas a defesa não tem acesso aos autos? Não é direito fundamental da defesa ter acesso aos autos?
Não vejo legitimidade dos agravantes pela singela circunstância que não tem respaldo.
Sobre as mensagens vazadas
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