Governos de Chile e Peru chamam embaixadores em Israel para consulta
Os governos de Chile e Peru chamaram para consulta nesta terça-feira (29) seus respectivos embaixadores em Israel, em medida que acompanha decisão semelhante do Ministério das Relações Exteriores do Brasil ocorrida na semana passada.
“O Chile observa com preocupação e consternação que as ditas operações militares em Israel --que nesta fase constituem um castigo coletivo à população palestina em Gaza-- não respeitam as normas fundamentais do Direito Internacional Humanitário, como demonstram as mais de mil vítimas civis incluindo mulheres e crianças, como também ataques a escolas e hospitais”, afirma o governo chileno em comunicado.
Em nota, a chancelaria peruana manifestou “extrema preocupação com a violência no Oriente Médio” e afirma “lamentar profundamente a interrupção do cessar fogo com novas operações militares de Israel em Gaza”.
“Diante da gravidade da situação e em coordenação com governos de outros países da região, o Peru decide nesta data chamar para consulta seu embaixador em Israel”, diz o comunicado.
Nesta terça, um dia após o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, ter alertado para uma "ofensiva prolongada" em Gaza, o território palestino enfrenta um de seus piores bombardeios em 22 dias de conflito. De acordo com fontes palestinas da ONU, mais de 110 palestinos, a maioria civis, morreram nas últimas 24 horas, ultrapassando 1.100 desde 8 de julho. Até ontem, 229 crianças haviam sido mortas.
Atrito diplomático
Na última quarta-feira (23), o governo brasileiro condenou a ofensiva de Israel em Gaza e reiterou sua chamada a um cessar-fogo. Além disso, chamou para consultas o embaixador do país em Tel Aviv.
O Ministério das Relações Exteriores, em comunicado, considerou "inaceitável a escalada de violência entre Israel e Palestina" e condenou "energicamente o uso desproporcional da força por Israel na Faixa de Gaza".
O Ministério das Relações Exteriores israelense reagiu em nota, declarando-se "desapontado" com a decisão do governo brasileiro que, segundo o órgão, "não reflete o nível das relações entre os dois países e ignora o direito de Israel se defender".
Além da nota da chancelaria, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Yigal Palmor, disse, segundo a imprensa israelense, que a decisão do Brasil de chamar seu embaixador para consultas é uma demonstração das razões que levam o Brasil, apesar de ser "um gigante econômico e cultural, permanecer um anão diplomático". (Com agências internacionais)
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