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Governos de Chile e Peru chamam embaixadores em Israel para consulta

Um bombeiro palestino trabalha para conter um incêndio no depósito de combustível da única usina de energia da faixa de Gaza, que segundo testemunhas, foi atingido por disparos do Exército israelense - Mohammed Salem/Reuters
Um bombeiro palestino trabalha para conter um incêndio no depósito de combustível da única usina de energia da faixa de Gaza, que segundo testemunhas, foi atingido por disparos do Exército israelense Imagem: Mohammed Salem/Reuters

Do UOL, em São Paulo

29/07/2014 16h19

Os governos de Chile e Peru chamaram para consulta nesta terça-feira (29) seus respectivos embaixadores em Israel, em medida que acompanha decisão semelhante do Ministério das Relações Exteriores do Brasil ocorrida na semana passada.

“O Chile observa com preocupação e consternação que as ditas operações militares em Israel --que nesta fase constituem um castigo coletivo à população palestina em Gaza-- não respeitam as normas fundamentais do Direito Internacional Humanitário, como demonstram as mais de mil vítimas civis incluindo mulheres e crianças, como também ataques a escolas e hospitais”, afirma o governo chileno em comunicado.

Em nota, a chancelaria peruana manifestou “extrema preocupação com a violência no Oriente Médio” e afirma “lamentar profundamente a interrupção do cessar fogo com novas operações militares de Israel em Gaza”.

“Diante da gravidade da situação e em coordenação com governos de outros países da região, o Peru decide nesta data chamar para consulta seu embaixador em Israel”, diz o comunicado.

Nesta terça, um dia após o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, ter alertado para uma "ofensiva prolongada" em Gaza, o território palestino enfrenta um de seus piores bombardeios em 22 dias de conflito. De acordo com fontes palestinas da ONU, mais de 110 palestinos, a maioria civis, morreram nas últimas 24 horas, ultrapassando 1.100 desde 8 de julho. Até ontem, 229 crianças haviam sido mortas.

Atrito diplomático

Na última quarta-feira (23), o governo brasileiro condenou a ofensiva de Israel em Gaza e reiterou sua chamada a um cessar-fogo. Além disso, chamou para consultas o embaixador do país em Tel Aviv.

Mapa Israel, Cisjordânia e Gaza - Arte/UOL - Arte/UOL
Mapa mostra localização de Israel, Cisjordânia e Gaza
Imagem: Arte/UOL

O Ministério das Relações Exteriores, em comunicado, considerou "inaceitável a escalada de violência entre Israel e Palestina" e condenou "energicamente o uso desproporcional da força por Israel na Faixa de Gaza".

O Ministério das Relações Exteriores israelense reagiu em nota, declarando-se "desapontado" com a decisão do governo brasileiro que, segundo o órgão, "não reflete o nível das relações entre os dois países e ignora o direito de Israel se defender".

Além da nota da chancelaria, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Yigal Palmor, disse, segundo a imprensa israelense, que a decisão do Brasil de chamar seu embaixador para consultas é uma demonstração das razões que levam o Brasil, apesar de ser "um gigante econômico e cultural, permanecer um anão diplomático". (Com agências internacionais)