Iraque considera que ataques dos EUA foram "bastante efetivos"
Os bombardeios da aviação americana sobre posições do EI (Estado Islâmico) no norte do Iraque foram "bastante efetivos", considerou neste sábado (8) o ministro das Relações Exteriores do Iraque, o curdo Hoshiyar Zebari.
Em entrevista coletiva, Zebari destacou que, desde que começaram os ataques aéreos dos Estados Unidos nos arredores de Erbil - a capital do Curdistão - na sexta-feira (7), "a atmosfera mudou completamente" e os "peshmergas" (tropas curdas) passaram para a ofensiva.
Acrescentou que os bombardeios têm como objetivo reduzir as capacidades dos terroristas e alcançar conquistas estratégicas.
Duas rodadas de ataque
Os EUA iniciaram seus ataques "específicos" contra posições do EI com duas rodadas de bombardeios e deixaram aberta a possibilidade de novas investidas para proteger o país da "ameaça" jihadista.
Dois aviões Hornet F/A-18 lançaram bombas de 230 quilos contra duas peças da artilharia dos jihadistas do EI, que tinham disparado contra os defensores curdos de Erbil, cicidade que conta com a presença de funcionários e militares americanos.
O Pentágono acrescentou posteriormente que uma segunda rodada de ataques aéreos aconteceu, na qual drones e quatro aviões F/A-18 foram utilizados para atacar "posições terroristas de lançamento de morteiros" e um comboio de sete veículos, também nos arredores de Erbil.
O ministro das Relações Exteriores reconheceu que até agora o governo de Bagdá não tinha conseguido colaborar militarmente com os "peshmergas", mas que, a partir de agora, "está claro que ambos os grupos enfrentam um inimigo comum".
Além disso, Zebari agradeceu a solicitação do Conselho de Seguança da ONU para uma ação internacional urgente e pediu que não se subestime o Estado Islâmico, um grupo considerado mais perigoso que muitas organizações terroristas.
Primeira operação militar desde 2011 no Iraque
É a primeira vez que os EUA realizam um ataque contra o Iraque desde que radicais islâmicos iniciaram uma ofensiva relâmpago, em junho, declarando um califado (Estado que segue as leis islâmicas) em áreas tomadas no Iraque e também na Síria.
Na quinta-feira (7), os insurgentes ligados ao EI tomaram o controle de Qaraqosh, a maior cidade cristã do Iraque, provocando uma fuga em massa. O avanço dos militantes também forçou centenas de milhares de Yazidis a abandonarem suas casas e fugir em direção às montanhas, onde ficaram encurralados sem água nem comida.
O grupo ainda assumiu nesta sexta-feira o controle da maior represa iraquiana, confirmaram autoridades curdas, o que pode permitir aos jihadistas inundarem cidades e interromper parte do suprimento de água e energia.
Os Estados Unidos enviaram aviões militares que lançaram alimentos e água, a pedido do governo do Iraque, para desabrigados Yazidis.
O Reino Unido e a França também prometeram ajuda humanitária. Só os britânicos devem enviar 8 milhões de libras (cerca de R$ 30 milhões) em mantimentos ao país.
As Nações Unidas informaram que estão trabalhando na abertura de um corredor humanitário no norte do Iraque para permitir a fuga de iraquianos vítimas de perseguição. Segundo a entidade, cerca de 200 mil pessoas fugiram de suas casas devido ao avanço dos islâmicos.(Com agências internacionais)
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