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Conflito entre Israel e Palestina já deixou cerca de 80 mortos, 70% civis

Do UOL, em São Paulo

10/07/2014 09h35Atualizada em 10/07/2014 11h53

Mais de 80 mortes de palestinos foram registradas nos três últimos dias de conflito entre Israel e Palestina, sendo que cerca de 70% delas são de civis, informaram fontes médicas nesta quinta-feira (10).

Entre as vítimas estão três palestinos que foram atingidos por um míssil israelense enquanto viajavam de carro para Jabalya, no norte da faixa de Gaza. Segundo o Ministério da Saúde da região, outras 537 pessoas ficaram feridas, 20 delas em estado crítico, em sua maioria mulheres e crianças.

Até o momento, os ataques vindos de Gaza não causaram vítimas israelenses.

Segundo Ashraf al Qedra, porta-voz de emergências de Gaza, o número de vítimas civis aumentou nas últimas 48 horas de ofensiva com o ataque por ar de Israel a prédios residenciais, assim como grupos de pessoas que se encontram no litoral.

O Ministério do Interior em Gaza disse em comunicado que cerca de 80 casas e edifícios foram destruídos nos últimos três dias.

Caças-bombardeiros da aviação e embarcações de guerra das Forças Armadas israelenses bombardeiam com intensidade há três dias Gaza, enquanto milicianos palestinos lançam continuamente foguetes contra o centro e sul de Israel.

Desde terça-feira (8), Israel calcula que perto de 750 alvos foram alvo de suas operações em Gaza.

Fontes militares israelenses avaliam em aproximadamente 360 o número de foguetes de diferente alcance disparados desde o território palestino, dos quais 255 caíram em Israel e 67 foram interceptados pelas baterias antimísseis do sistema "Cúpula de Ferro".

No último dia 7, Israel lançou a ofensiva "Limite Protetor" contra a faixa de Gaza. O conflito entre Israel e Palestina se agravou nas últimas semanas após o sequestro e morte de três jovens israelenses e um jovem palestino.

Autoridades

O presidente israelense, Shimon Peres, alertou que se a Palestina continuar lançando mísseis, Israel aumentará sua intervenção militar, e a operação terrestre poderia ser inevitável.

Por sua vez, o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, definiu a situação como um verdadeiro genocídio. Hoje em Tel Aviv as sirenes de alarme que alertam sobre a chegada de mísseis não param de tocar.

Já as autoridades egípcias reabriram nesta quinta-feira o túnel de Rafah para permitir a evacuação na região do Sinai egípcio de palestinos feridos na faixa de Gaza.

O túnel de Rafah, único na fronteira com Israel que permite acesso à faixa de Gaza, geralmente fica fechado. As autoridades justificam a medida com os perigos representados por jihadistas ativos no território egípcio.

Ruas vazias

A violência esvaziou as ruas de Gaza e Tel Aviv, onde a população, temerosa, pergunta onde cairá o próximo foguete ou míssil.

O calçadão de Tel Aviv, geralmente lotado no verão, também estava completamente vazio.

Nos cafés de Gaza, o panorama é muito mais sombrio. Na madrugada desta quinta-feira, oito pessoas morreram e 15 ficaram feridas em um ataque aéreo contra um café de Khan Yunis, onde os clientes assistiam a semifinal da Copa do Mundo entre Argentina e Holanda.

"À beira do precipício"

"Gaza está à beira do precipício. A deterioração da situação está levando a uma espiral que poderia escapar do controle de todos muito rapidamente", advertiu o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, antes da reunião de emergência do Conselho de Segurança programada para hoje.

"O risco de que a violência aumente ainda mais é real. Gaza e a região em seu conjunto não podem permitir-se outra guerra total", disse Ban Ki-moon.

O secretário-geral da ONU conversou com Netanyahu e pediu máxima prudência, mas admitiu que os ataques com foguetes a partir de Gaza são "inaceitáveis e devem parar".(Com agências internacionais)