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Israel afirma que soldado de 23 anos foi raptado durante ação em túneis em Gaza

O segundo-tenente Hadar Goldin, 23, foi capturado e arrastado para um túnel durante ação israelense para destruir um túnel em Gaza - EFE
O segundo-tenente Hadar Goldin, 23, foi capturado e arrastado para um túnel durante ação israelense para destruir um túnel em Gaza Imagem: EFE

Do UOL, em São Paulo

01/08/2014 17h45

O rapto do soldado israelense Hadar Goldin, 23, foi confirmado nesta sexta-feira (1º) pelo porta-voz das Forças Armadas do país, o coronel Peter Lerner. O sequestro de Goldin ocorreu durante uma operação para destruir um túnel usado por grupos armados palestinos em Gaza. O ato foi tomado por Israel como uma quebra no cessar-fogo humanitário de 72 horas.

Lerner disse à “CNN” que um terrorista suicida teria explodido uma bomba perto de um grupo de soldados israelenses, matando dois oficiais. Goldin, que ocupa a posição de segundo-tenente, teria sido puxado logo em seguida para dentro do túnel.

“Desejamos que Israel reforce a luta contra o Hamas e temos certeza de que as Forças Armadas não deixarão pedra sobre pedra em Gaza até que Hadar seja encontrado são e salvo”, disse Simha Goldin, pai do soldado, ao “Haaretz”.

O ato representou uma quebra da trégua que deveria ocorrer nesta sexta-feira, mediada no dia anterior pela ONU (Organização das Nações Unidas) e Estados Unidos. As operações para a identificação de túneis estariam autorizadas durante as 72 horas de trégua. Com os novos ataques, ao menos 62 palestinos morreram e outros 350 ficaram feridos, segundo o Ministério da Saúde local.

“Israel tenta operar de forma a poupar civis, mas devido a ações do Hamas, com a escalada da violência e uso da população como escudo humano, tem sido cada vez mais difícil evitar as mortes”, disse Lerner.

Os Estados Unidos e a ONU condenaram duramente a quebra da trégua. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu a soltura “urgente” do soldado raptado e disse que conseguir um novo cessar-fogo “será difícil” sem que isso ocorra.

Mais cedo, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, já havia condenado a quebra do cessar-fogo, afirmando que militantes palestinos cometeram uma "revoltante violação". "Os EUA condenam nos mais duros termos possíveis o ataque de hoje", disse. Para Kerry, o ataque foi “uma afronta às garantias” que ambos os lados haviam dado ontem à ONU de que respeitariam o cessar-fogo.

Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, também condenou a quebra do cessar-fogo e se disse “profundamente chocado e desapontado” pela violação do Hamas. Ban disse ainda que estava “muito preocupado” com a retomada dos ataques israelenses em Gaza e pôs em dúvida a credibilidade das garantias acordadas previamente pelo Hamas com a ONU.

Em 25 dias de ofensiva, o número de mortos ultrapassou 1.500, segundo o Ministério da Saúde em Gaza, entre eles pelo menos 251 crianças, e os feridos chegam a 8.000. Do lado israelense, são 63 soldados mortos e três civis.