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Vazamentos da Lava Jato

Em meio a crise, Bolsonaro e Moro vão a estádio e vestem camisa do Flamengo

Luciana Quierati e Marcela Leite

Do UOL, em São Paulo

12/06/2019 22h02

Na mesma semana em que o site The Intercept vazou mensagens atribuídas ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) foi assistir a uma partida de futebol no estádio Mané Garrincha, em Brasília, acompanhado de Moro. Em um vídeo encaminhado a jornalistas por um assessor de Bolsonaro, ele e o ministro são aplaudidos, mas algumas vaias também podem ser ouvidas.

Antes da partida do Flamengo contra o Centro Sportivo Alagoano, o presidente - que é palmeirense - acena para torcedores e levanta as mãos de Moro. Em um ambiente descontraído, um torcedor joga uma camiseta do time rubro-negro para Bolsonaro, que sorri e pede a outro homem que dê uma para o ministro, também.

Ao lado do deputado Hélio Lopes (PSL), que torce pelo o Flamengo e bate no peito, Moro recebe uma camiseta e a veste. Ambos trajados a caráter, sorriem para os presentes.

Também estavam presentes o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB).

A aparição conjunta dos dois ocorre em meio à crise criada por mensagens vazadas entre Sergio Moro e integrantes da força-tarefa da Lava Jato e publicadas no domingo pelo site The Intercept Brasil.

Bolsonaro ainda não se pronunciou oficialmente sobre Moro. À TV Globo, na segunda-feira, o secretário de comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, disse que o presidente havia afirmado confiar "irrestritamente no ministro Moro".

Ontem, em São Paulo, Bolsonaro encerrou uma entrevista a jornalistas ao ser questionado sobre o assunto. "Tá encerrada a entrevista", disse o presidente, após responder a perguntas de jornalistas sobre a reforma da Previdência.

As mensagens divulgadas pelo The Intercept Brasil mostram que Moro trocava colaborações com o procurador Deltan Dallagnol, discutindo aspectos do andamento da Lava Jato e combinando posicionamentos, inclusive sobre processo contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O MPF (Ministério Público Federal), que conduz a força-tarefa da Lava Jato, disse que os vazamentos de conversas são ilegais, têm como objetivo "atacar a operação" e que é necessário "identificar e responsabilizar o hacker" que teria entregue os diálogos ao site de notícias.

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