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Vazamentos da Lava Jato

Aloysio Nunes aparece como coordenador de propina do PSDB, diz jornal

O ex-ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes - Mateus Bonomi/Folhapress
O ex-ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Imagem: Mateus Bonomi/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

21/09/2019 09h57

O ex-ministro de Relações Exteriores e ex-senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) teria papel central na coordenação de pagamentos de propinas para campanhas do PSDB, segundo mensagens obtidas pelo site Intercept Brasil e analisadas em conjunto com o jornal Folha de S. Paulo. Ele é citado na delação de Léo Pinheiro, ex-presidente da construtora OAS.

De acordo com a reportagem, a proposta de delação de Pinheiro, com os depoimentos do empreiteiro, foi compartilhada por procuradores da Operação Lava Jato em junho de 2017. Segundo a Folha, os relatos foram mantidos na versão versão, recentemente homologada pelo ministro do STF Edson Fachin. Aloysio aparece como solicitante de repasses financeiros em troca de liberação de verbas para obras da Prefeitura e do Governo do Estado de São Paulo para a OAS.

A propina, de acordo com Pinheiro, seria para as campanhas de Aloysio e do senador José Serra (PSDB-SP) das eleições de 2006 e 2010 —quando Serra disputou a presidência contra Dilma Rousseff (PT). No mesmo ano, Aloysio foi eleito para o Senado.

Entre as obras que seriam liberadas pela propina aparecem a ponte estaiada Octavio Frias de Oliveira, o túnel da Radial Leste, a rodovia Carvalho Pinto e a linha 4-amarela do Metrô de SP. Pinheiro diz ainda, segundo a delação, que quando Serra deixou a prefeitura no meio do mandato para disputar o governo estadual e Gilberto Kassab (hoje no PSD) assumiu como prefeito, a OAS foi informada pela nova equipe de Kassab que as vantagens acertadas com Aloysio seriam mantidas sob a nova gestão.

Durante a gestão Kassab, a OAS teria pago propina ainda para obras da avenida Jornalista Roberto Marinho e em contratos da Secretaria Municipal da Habitação.

Procurado pela Folha, Aloysio Nunes negou ter cometido os crimes e afirmou ter pedido doações legais à OAS. Kassab também negou qualquer ligação com Léo Pinheiro. Jose Serra não se manifestou sobre as declarações da delação do empreiteiro da OAS.

A defesa de Léo Pinheiro, que deixou a prisão com tornozeleira eletrônica nesta semana, não se manifestou.

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