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Vazamentos da Lava Jato

Se fosse deputado ou senador, Moro estaria cassado ou preso, diz Alcolumbre

06.fev.2019 - O presidente do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP) - Pedro Ladeira/Folhapress
06.fev.2019 - O presidente do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP) Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Andreza Matais

Em Brasília

25/06/2019 08h43

O presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse que se as mensagens divulgadas pelo site The Intercept Brasil forem "verdade", o ministro Sergio Moro "ultrapassou o limite ético" ao se relacionar com os procuradores da Operação Lava Jato enquanto era juiz do caso em Curitiba.

"Em sendo verdade, são muito graves. Muito graves. Ultrapassou o limite ético. Não era para ter tido conversa naquele nível. Se isso for verdade, terá um impacto grande em relação a procedimentos", afirmou o senador ontem em jantar promovido pelo jornal digital Poder360. O jornal O Estado de S. Paulo participou do encontro como convidado.

O senador observou, contudo, que não é possível dizer que o conteúdo das mensagens reveladas pelo site seja verdadeiro. E relatou experiência pessoal. Disse que recentemente foram atribuídas a ele declarações feitas por um perfil fake no Twitter, quando aprendeu que é preciso ter cautela no julgamento.

Apesar disso, Alcolumbre afirmou que há dois pesos e duas medidas. "Se fosse um deputado ou um senador (no lugar de Moro), ele já estava cassado, preso e nem precisava provar se tinha hacker ou não", afirmou.

O senador contou que trabalhou pessoalmente para convencer senadores a desistirem de propor uma CPI para investigar Moro. Argumentou que essa não é a agenda de um país que tem "desempregados, pessoas precisando de hospital, médico".

"Convenci várias pessoas a não fazer isso", admitiu.

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As mensagens divulgadas pelo The Intercept indicam atuação conjunta de Moro, enquanto era juiz, com os procuradores da Lava Jato. O site diz que recebeu o material de fonte anônima.

A Polícia Federal investiga ataque de hackers aos celulares do atual ministro da Justiça e outros procuradores que atuam na força-tarefa que investiga esquema de corrupção na Petrobras. Os envolvidos dizem que não reconhecem os diálogos e minimizam o que foi divulgado.

Durante o jantar, Alcolumbre rebateu críticas do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, que chamou de "inquisidores" os senadores que questionaram Moro em audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na semana passada.

"O general Heleno falou besteira", disse, complementando que foi Moro quem se ofereceu para ir ao Senado prestar esclarecimentos.

Heleno afirmou que "alguns protagonistas desse criminoso projeto de poder (desbaratado pela Lava Jato) e enriquecimento ilícito participaram, com a cara mais lavada do mundo, dessa inquisição ao ministro Sergio Moro".

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