Líder oposicionista venezuelano pode pegar até dez anos de prisão
O líder opositor venezuelano Leopoldo López passará os próximos 45 dias presos no Centro de Processados Militares de Ramo Verde, em Los Teques. O dirigente do partido Voluntad Popular será indiciado por danos a propriedades, por ter provocado incêndio, por instigação e por associação à violência. Este último crime, o mais grave, está previsto na Lei Orgânica contra o Crime Organizado e Financiamento do Terrorismo e pode ser punido com dez anos de prisão.
Segundo o jornal “El Universal”, o Ministério Público descartou a possibilidade de pedir o indiciamento de López pelas mortes de Juan Montoya, Basil Da Acosta e Roberto Redman, pelas lesões corporais de outras dezenas de pessoas e por terrorismo, delitos que estavam na ordem de captura do oposicionista.
A decisão de manter López preso foi tomada na madrugada desta quinta-feira (20) pela juíza Ralenis Tovar Guillén, do Tribunal 16 de Controle da Venezuela, em uma audiência feita na penitenciária de Ramo Verde, onde o Tribunal Supremo de Justiça enviou um “tribunal móvel” (na verdade, um ônibus adaptado).
"A audiência terminou. Foi ratificada a medida privativa de liberdade. A mudança esta em cada um de nós. Não se rendam. Eu não o farei", apareceu no Twitter de López após a decisão.
A audiência começou às 22h locais (23h30 de Brasília) e durou até 1h da madrugada desta quarta-feira (2h30 de Brasília). Segundo a Justiça, o opositor não foi levado até um tribunal em Caracas e foi ouvido na cadeia como forma de ter a vida e a integridade protegidas.
O advogado Juan Carlos Gutiérrez, que defende López, tinha rejeitado durante a tarde a decisão da juíza Dalenys Tovar, encarregada do caso, de realizar a audiência de apresentação na penitenciária militar, em vez do Palácio de Justiça de Caracas, por considerá-la "irregular" e uma "violação da Constituição".
"Foi dito que a realização da audiência no dia de hoje aqui nos tribunais de controle poderia constituir em perigo para a vida do cidadão Leopoldo López e a juíza justificou tal medida na afirmação de que está protegendo sua integridade física", explicou Gutiérrez aos jornalistas antes da mudança para Ramo Verde. (Com agências internacionais)
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