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Kerry desafia proibição aérea e chega a Israel para negociações

Do UOL, em São Paulo

23/07/2014 08h57

O secretário americano de Estado, John Kerry, chegou nesta quarta-feira (23) a Tel Aviv para tentar colocar fim às hostilidades entre Israel e o movimento islamita Hamas, que já deixaram mais de 650 palestinos mortos na faixa de Gaza.

Kerry se encontrará com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em Jerusalém, com o presidente palestino, Mahmud Abbas, em Ramallah (Cisjordânia), e com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, no ministério da Defesa em Tel Aviv, informou o Departamento de Estado.

Mapa Israel, Cisjordânia e Gaza - Arte/UOL - Arte/UOL
Mapa mostra localização de Israel, Cisjordânia e Gaza
Imagem: Arte/UOL

Na terça-feira (22), a FAA (administração da aviação americana) proibiu que companhias aéreas dos EUA voem para o aeroporto internacional de Israel em Tel Aviv por um período de 24 horas,  depois que um foguete disparado pela milícia islâmica Hamas, em Gaza, caiu próximo ao local.

"Devido à potencialmente perigosa situação criada pelo conflito em Israel e Gaza, todas as operações de voos de e para o Aeroporto Internacional Ben Gurion estão proibidas até segunda ordem", afirmou nota da FAA.

A Agência Europeia de Segurança Aérea (EASA) recomendou nesta quarta-feira (23) às companhias aéreas do continente a não voar ao aeroporto de Tel Aviv, devido ao elevado risco relacionado ao atual conflito entre israelenses e palestinos. A recomendação, que "não é tem cumprimento obrigatório", ficará em vigor "até novo aviso".

O objetivo da visita de Kerry é tentar alcançar um cessar-fogo para colocar fim ao conflito que já matou 651 palestinos, em sua maioria civis, e 31 israelenses, entre eles 29 soldados, desde 8 de julho.

O porta-voz de Ministério da Saúde no território palestino, Ashraf al Qedra, calculou em 4.050 os feridos após mais uma noite de intensos bombardeios israelenses, um deles matando 11 pessoas em um edifício no centro da Cidade de Gaza.

Espera-se que esses números aumentem durante o dia , já que os combates e bombardeios não param e o trânsito de ambulâncias e carros para os hospitais é contínuo, sobretudo na cidade de Khan Yunes.

A ONU, por sua vez, informou que a apuração oficial de deslocados internos pelos bombardeios israelenses superou hoje as 110 mil pessoas, o dobro do esperado pela Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA) em seu plano de contingência. 

No sul de  Israel, um tailandês que trabalhava no país morreu pelo impacto de um projétil lançado a partir de Gaza, indicou a polícia nesta quarta-feira.

O Hamas, que controla a faixa de Gaza, rejeitou na semana passada uma proposta de cessar-fogo mediada pelo Egito e impôs como condição o levantamento do bloqueio imposto a Gaza, a abertura da fronteira com o Egito e a libertação de prisioneiros palestinos. (Com agências internacionais)