Interventor do Rio quer dinheiro recuperado pela Lava Jato para segurança
A equipe responsável pela intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro quer a colaboração da Operação Lava Jato no Estado, que investiga esquema milionário de desvio de recursos supostamente chefiado pelo ex-governador Sérgio Cabral (MDB).
Por ora, os recursos que o interventor, general Walter Souza Braga Netto, têm em mãos é o orçamento para a segurança do Estado do Rio que, no ano passado, teve 89% destinado à rubrica "pessoal e encargos sociais" (vencimentos de servidores ativos, inativos e pensionistas), enquanto 9% foram para o custeio e menos de 1% para investimentos. Ainda não há anúncio oficial sobre injeção de verbas federais na intervenção.
Para discutir a possível ajuda, Braga Netto se reúne nesta quinta-feira (8) a portas fechadas com o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, responsável pela Lava Jato na primeira instância. Eles devem discutir de que forma a Lava Jato pode auxiliar na intervenção da segurança no Rio.
Segundo o GIF (Gabinete de Intervenção Federal), a ideia de Braga Netto é ouvir do juiz quais as possibilidades de auxílio da Lava Jato na intervenção em termos de recursos.
A Justiça Federal do Rio teria cerca de R$ 100 milhões acautelados, provenientes do que foi recuperado do esquema de corrupção de Cabral, cuja soma das penas ultrapassa cem anos de prisão.São previstos, também, leilões de bens apreendidos (caso do ex-governador e de sua mulher, Adriana Ancelmo).
Caso Braga Netto tenha sucesso em obter recursos, não será a primeira vez que o Estado do Rio recebe recursos da Lava Jato. Em março do ano passado, Bretas autorizou que R$ 250 milhões recuperados na investigação fossem destinados ao pagamento do 13º salário de 2016 a cerca de 146 mil aposentados e pensionistas cujos vencimentos eram de até R$ 3.200.
*Colaborou Luis Kawaguti, do UOL no Rio
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