Peço desculpa se Tabata mostrar comprovantes, diz Marina sobre uso de avião

A candidata do Novo à Prefeitura de São Paulo, Marina Helena, reiterou as acusações feitas à deputada Tabata Amaral (PSB) sobre supostos voos que a adversária teria feito a Recife para encontrar o namorado, o prefeito João Campos (PSB), mas não apresentou provas. Ela participou nesta quarta-feira (18) de sabatina promovida pelo UOL e pelo jornal Folha de S.Paulo.

O que aconteceu

Marina Helena prometeu "pedir desculpas" a Tabata Amaral caso a candidata do PSB apresente todos os seus comprovantes de voos. Apesar de defender transparência durante toda a entrevista, Marina Helena não apresentou provas e afirmou que suas acusações são baseadas em informações de "três fontes totalmente confiáveis".

Se eu não tivesse recebido informações de fontes completamente confiáveis, eu jamais teria falado o que eu falei. E a candidata tem total forma de combater isso. Ela pode apresentar todos os comprovantes, é muito fácil. Eu trabalhei em Brasília, passei um ano na ponte aérea, precisei prestar contas de alguma maneira (...) e mostrei todos os meus tíquetes de voo. Ela tem uma chance grande de mostrar isso. Ela liga pra companhia e ela tem na hora

Questionada se pretende apresentar provas sobre o caso, a candidata do Novo disse que "ainda temos alguns dias até o final das eleições".

As acusações de Marina Helena foram feitas durante debate promovido pelo UOL e pela RedeTV!, na terça-feira (17). Tabata Amaral ameaça processar a candidata do Novo caso ela não se retrate.

'Lava Jato Paulistana'

A candidata prometeu, em caso de vitória, dar mais transparência aos contratos firmados pela prefeitura. Chamada de "Lava Jato Paulistana", a ideia seria trabalhar em conjunto com o Ministério Público estadual para evitar fraudes em licitações e melhorar o acompanhamento das etapas de execução e fiscalização de projetos e obras. "A Prefeitura de São Paulo hoje, infelizmente, é uma caixa preta. O que eu estou dizendo é que ela vai deixar de ser", afirmou.

Ao falar sobre educação, Marina Helena criticou o que chamou de "ativismo ideológico", mas disse ser a favor da educação sexual nas escolas. Para ela, a prioridade deve estar concentrada no processo de alfabetização dos alunos.

A gente está vendo aí shows sendo patrocinados com dinheiro público, horríveis, né? Coisas que não são o que a gente quer para as nossas crianças. Uma coisa é a educação sexual que eu tive na escola, que todo mundo aqui teve. Outra coisa é ativismo ideológico. Aí são outros pontos. Linguagem neutra e um monte de outras coisas que a gente sabe que, infelizmente, estão acontecendo enquanto a gente não consegue ensinar as nossas crianças nem a ler e escrever

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Em outra área, a candidata do Novo se comprometeu com a redução da tarifa no transporte público fora dos horários de pico. "Se a gente tiver uma mudança de hábitos, porque, para a empresa fica mais barato, com o tempo, pode ser que a gente tenha uma redução até da necessidade da frota. E isso leva a uma redução do custo total com transporte. Então, a ideia é fazer isso gradualmente para que a gente não aumente o subsídio e, obviamente, não aumente a tarifa nos horários de pico", explicou.

Posição em eventual segundo turno

Marina Helena afirmou que "as pesquisas estão erradas" e que ela estará no segundo turno das eleições. Em sondagem Quaest divulgada nesta quarta-feira (18) ela aparece com 2% das intenções de voto. O atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), com 24%, Guilherme Boulos (PSOL), com 23%, e Pablo Marçal (PRTB), com 20%, lideram o levantamento. Eles estão empatados tecnicamente —com a margem de erro de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

Caso esteja fora da disputa em um eventual segundo turno, a candidata disse que, por ser de direita, jamais apoiaria Guilherme Boulos, José Luiz Datena (PSDB) ou Tabata Amaral (PSB). Questionada se considera o prefeito Ricardo Nunes um candidato de direita, Marina Helena afirmou que o adversário é "um centrão". "Mas ele está à direita da esquerda", completou.

A entrevista foi conduzida por Fabíola Cidral, com participações de Raquel Landim, do UOL, e Fábio Haddad, da Folha de S.Paulo.

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Marina Helena é economista e suplente de deputada federal por São Paulo. Foi diretora de desestatização do Ministério da Economia na gestão Paulo Guedes, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Na disputa pela prefeitura, Helena não integra nenhuma coligação ou federação e tem Coronel Priell como candidato a vice-prefeito em sua chapa. Reynaldo Priell Neto é policial militar de São Paulo e concorre a um cargo político pela primeira vez.

Sabatinas em São Paulo

A entrevista com a candidata no Novo fechou a segunda rodada de sabatinas promovidas pelo UOL e pela Folha de S.Paulo para discutir os temas de maior interesse dos eleitores da cidade. Além dela, foram entrevistados os candidatos Pablo Marçal (PRTB), Tabata Amaral (PSB), Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), Altino Prazeres (PSTU), Ricardo Senese (União Popular) e João Pimenta (PCO). O candidato do DC (Democracia Cristã), Bebeto Haddad, chegou a ser convidado, mas teve sua candidatura indeferida pela Justiça Eleitoral.

Ciclo de sabatinas UOL e Folha

A série de sabatinas foi iniciada em junho e tem ouvido as propostas dos principais candidatos a prefeituras de 18 cidades do país. Já foram realizadas entrevistas em:

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Belo Horizonte: Fuad Noman (PSD) e Rogério Correia (PT);

Rio de Janeiro: Alexandre Ramagem (PL) e Tarcísio Motta (PSOL);

Salvador: Bruno Reis (União Brasil) e Kleber Rosa (PSOL);

Porto Alegre: Thiago Duarte (União Brasil) e Maria do Rosário (PT);

Recife: João Campos (PSB), Gilson Machado (PL) e Daniel Coelho (PSD);

Curitiba: Ney Leprevost (União Brasil), Eduardo Pimentel (PSD) e Luciano Ducci (PSB);

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Fortaleza: José Sarto e Capitão Wagner (União Brasil);

Maceió: Rafael Brito(MDB) e Lobão (Solidariedade);

Manaus: Marcelo Ramos (PT) e David Almeida (Avante);

Santo André (SP): Bete Siraque (PT), Luiz Zacarias (PL) e Gilvan Júnior (PSDB);

Guarulhos (SP): Lucas Sanches (PL), Elói Pieta (Solidariedade) e Jorge Wilson Xerife do Consumidor (Republicanos);

São Bernardo do Campo (SP): Luiz Fernando Teixeira (PT), Marcelo Lima (Podemos) e Alex Manente (Cidadania);

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Osasco (SP): Emídio de Souza (PT) e Dr. Lindoso (Novo);

Campinas (SP): Pedro Tourinho (PT), Dário Saadi (Podemos) e Rafa Zimbaldi (Cidadania);

Ribeirão Preto (SP): Ricardo Silva (PSD), André Trindade (União) e Jorge Roque (PT);

Sorocaba (SP): Danilo Balas (PL).

Em Sorocaba, ainda serão entrevistados o atual prefeito, Rodrigo Manga (Republicanos), na quinta-feira (19), às 18h30; e Paulinho do Transporte (PT), no mesmo horário de sexta-feira (20). O ciclo será encerrado com os candidatos de São José dos Campos (SP).

As eleições municipais ocorrem no dia 6 de outubro. Para as cidades com mais de 200 mil eleitores em que o candidato mais votado não tenha atingido 50% dos votos válidos mais um, o segundo turno será no dia 27 de outubro.

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