Ministros militares saem em defesa de Moro: confiança e barbaridade hacker
Um dia após a divulgação de conversas do ministro da Justiça, Sergio Moro, com integrantes da Operação Lava Jato de quando ainda era juiz federal responsável pelo caso em Curitiba, ministros militares do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) saíram em defesa do colega. A troca de mensagens foi divulgada ontem pelo site The Intercept.
O ministro da Defesa, Fernando Azevedo, afirmou hoje precisar se aprofundar no caso, mas ressaltou que Moro tem "total confiança nossa". Segundo apurou o UOL, os militares preferem esperar o desdobramento dos fatos para então avaliar a gravidade da permanência de Moro na pasta.
O Moro tem a total confiança nossa. Ele é um ministro, um homem, de muito respeito e do bem
Fernando Azevedo, ministro da Defesa
O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Alberto Santos Cruz, disse que o conteúdo das conversas "não interessa" e que não leu porque "tenho mais o que fazer".
"O conteúdo não interessa, o que interessa é que é crime. O resto é análise de conteúdo e não posso falar porque não li. E não li porque tenho mais o que fazer", disse Santos Cruz.
Nem dediquei minha atenção a isso porque eu tenho mais o que fazer. Eu acho isso daí uma ousadia [a suposta ação de hacker que obteve as conversas], uma barbaridade. Você acessar computador de qualquer pessoa é crime, é simples
Carlos Alberto Santos, ministro da Secretaria de Governo
Ele ter negou ter havido reunião ministerial para discutir a situação de Moro. Mais cedo, Bolsonaro se reuniu com o vice-presidente da República, Antonio Hamilton Mourão (PRTB), e o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM). Mourão negou que o assunto tenha sido discutido.
"Eu não tenho preocupação nenhuma. Minhas preocupações são as minhas do meu serviço. Passei o dia todo envolvido com minha agenda", defendeu.
Silêncio de Bolsonaro
À tarde, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) participou de comemoração aos 20 anos do Ministério da Defesa e entrega da Ordem do Mérito da Defesa, em clube militar de Brasília. Também estiveram presentes ministros de Estado e o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli.
Bolsonaro saiu do local sem falar com a imprensa.
Desde o início da divulgação das conversas entre Moro e o procurador Deltan Dallagnol, o presidente da República ainda não se manifestou sobre o caso. Segundo o porta-voz do Planalto, Otávio do Rêgo Barros, Bolsonaro só se pronunciará após conversar pessoalmente com Moro, que está em Manaus
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