Após ironia de procuradores, perfil de Lula no Twitter aponta "perseguição"
O perfil do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva apontou "perseguição" após reportagem do UOL em parceria com o site The Intercept Brasil mostrar ironia de integrantes da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba ao falarem da morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia e de seu luto e afirmou que entrou com pedido de habeas corpus no STF (Supremo Tribunal Federal). Lula segue preso na capital paranaense.
"A defesa de Lula entrou com Habeas Corpus no Supremo Tribunal Federal pedindo suspeição dos procuradores de Curitiba. As mensagens reforçam a já evidente parcialidade, perseguição e desvios funcionais deles contra Lula e sua família", tuitou o perfil. Lula também retuitou a reportagem do UOL.
Mensagens de chats privados no aplicativo Telegram enviados por fonte anônima ao site The Intercept Brasil, analisadas em parceria com o UOL, mostraram que, além da ironia em relação à ex-primeira-dama, a despedida de Lula do neto Arthur Araújo Lula da Silva, que morreu aos 7 anos em março, também foi assunto entre procuradores da Lava Jato e alvo de crítica em bate-papo composto por integrantes do MPF.
O caso
Integrantes da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba ironizaram a morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia e o luto do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), conforme revelam mensagens de chats privados no aplicativo Telegram enviados por fonte anônima ao site The Intercept Brasil analisadas em parceria com o UOL.
Os diálogos também mostram que procuradores divergiram sobre o pedido de Lula para ir ao enterro do irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá, em janeiro passado --quando o ex-presidente já se encontrava preso-- e que temiam manifestações políticas em favor de Lula. Na ocasião, alguns membros da Lava Jato disseram acreditar que a militância simpatizante de Lula pudesse impedir a volta dele à superintendência da PF (Polícia Federal), em Curitiba.
Procurada pela reportagem, a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba disse ontem que não poderia se manifestar sem ter acesso integral às conversas. O espaço continua aberto a manifestações de seus procuradores.
Em 4 de fevereiro de 2017, após nota da colunista do jornal Folha de S.Paulo Mônica Bergamo sobre a agonia vivida por Marisa em seus últimos dias de vida ter sido compartilhada no grupo, a procuradora Laura Tessler refuta a possibilidade de o agravamento do quadro da ex-primeira-dama ter acontecido após busca e apreensão na casa dela e dos filhos e condução coercitiva de Lula, determinada pelo então juiz Sergio Moro no ano anterior.
"Ridículo... Uma carne mais salgada já seria suficiente para subir a pressão... ou a descoberta de um dos milhares de humilhantes pulos de cerca do Lula", afirma Laura.
A suspeição em relação às circunstâncias da morte da ex-primeira-dama já havia sido exposta por Paludo em 24 de janeiro, quando Marisa Letícia fora internada. Na ocasião, o chefe da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, afirma que Marisa havia chegado debilitada ao hospital.
"Um amigo de um amigo de uma prima disse que Marisa chegou ao atendimento sem resposta, como vegetal", afirma Deltan. Paludo reage à frase dizendo: "Estão eliminando as testemunhas".
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