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Nível do rio Negro em Manaus é o maior em 110 anos

Do UOL, em São Paulo

16/05/2012 08h25Atualizada em 16/05/2012 10h11

O nível do rio Negro em Manaus chegou a 29,78 metros na manhã desta quarta-feira (16) e bateu o recorde em 110 anos, informou o Serviço Geológico do Brasil na capital amazônica. O índice superou em um centímetro o recorde atingido em 2009, quando o Negro chegou à cota máxima de a 29,77 metros, e superou o recorde de cheia que havia sido registrado em junho de 1953, quando o nível chegou a 26,69 metros.

De acordo com o diretor de Hidrologia do órgão, Daniel de Oliveira, a alta do rio estava, até certo ponto, prevista.

“Estávamos prevendo a cheia para perto de 15 de junho, pois o trimestre de águas altas é maio, junho e julho --mas nada impedia que essa data se adiantasse. Além disso, tivemos altas precipitações ao longo da bacia no início do ano e o nível do rio Solimões em Tabatinga começou a baixar apenas em 28 de abril, e isso leva em torno de 15 a 25 dias para o efeito ser sentido em Manaus", afirmou.

Mais de 10 mil famílias, em 11 bairros de Manaus, foram atingidas pela subida do nível do Negro. Entre os locais mais afetados está o centro da cidade, incluindo o prédio da Receita Federal e a alfândega portuária, onde um trecho da avenida Eduardo Ribeiro foi fechado pelo instituto de trânsito municipal, e bairros como Raiz, Educandos e Glória.

Várias ruas do centro foram interditadas por conta da subida das águas. Sacos de areia e pontes de madeira ajudam no acesso de pessoas as lojas e também a feira da Manaus Moderna.

Segundo o engenheiro civil que faz a medição, Valderino Ferreira, o nível do rio Negro pode continuar subindo. “O nível pode continuar subindo até o mês de junho, mas também pode parar de subir até o final do mês. Não tem como dar uma certeza.”

Na avaliação de Oliveira, as cheias são fenômenos naturais e ocorrem em maior ou menor magnitude devido a precipitação que ocorre em toda a bacia hidrográfica. "No caso de 2009 e deste ano, tivemos o fenômeno La Niña, que provocou maiores precipitações na Amazônia."

 

A Defesa Civil do Estado reverteu R$ 44 mil em ações em Manaus. Foram erguidas pontes de madeiras e instaladas três bombas na área da Manaus Moderna com capacidade de fazer o fluxo reverso da água do rio Negro.

O SOS Enchente da Prefeitura de Manaus tirou em dois dias de trabalho 228 toneladas de lixo de igarapés e já distribuiu 8.954 metros de madeira. Destes, 3.699 foram destinados para a construção de pontes e 5.255 foram doados para comunidades organizadas.

(Com A Crítica e Agência Estado)