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"Estar pelada melhora tudo", diz garota que defende o topless para ler nos EUA

Gabriela Fujita

Do UOL, em São Paulo

20/08/2013 12h00

Juntando seios à mostra com literatura, um grupo de entusiastas do topless decidiu tirar a blusa para ler nos gramados dos parques de Nova York, nos EUA, e quer tornar a leitura “algo sexy”.

O UOL entrevistou uma das fundadoras do grupo cujo blog foi batizado de “The Outdoor Co-ed Topless Pulp Fiction Aprecciation Society” (Sociedade de  topless que aprecia pulp fiction ao ar livre, em tradução livre).

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  • http://noticias.uol.com.br/enquetes/2013/08/20/voce-concorda-com-a-pratica-de-topless-para-ler-em-um-local-publico.js

A entrevistada preferiu usar um pseudônimo, Alethea Andrews, para falar sobre as atividades. Todas do grupo usam apelidos para evitar que sejam reconhecidas e perseguidas por empregadores ou por alguém que dê uma "googlada" (pesquise o nome delas no Google).

As atividades são realizadas quase toda semana enquanto o clima permite, e cerca de cem mulheres e alguns poucos homens (mais para dar apoio, segundo ela) participaram dos encontros nos últimos três verões.

O blog divulga a programação, os livros que as garotas gostam de ler e as fotos “bem à vontade” nos parques da cidade.

“Estar pelada melhora tudo”, disse Alethea. “Melhora especialmente a sensação de estar ao livre em um dia ensolarado e quente. Os homens podem andar por aí confortavelmente sem camisa. Por que não as mulheres?”

Participar dos encontros não requer sofisticação literária; obrigatório mesmo é ficar sem roupa. E assim Alethea define a experiência: “Um dos grandes prazeres na vida é ler enquanto a brisa acaricia seus seios.” (Soa provocante, não?)

As moças recebem apoio de uma loja online de romances policiais, e o gênero pulp fiction é o preferido.

Pulp fiction, para quem não sabe, é aquele livro de segunda categoria, que inclui romances policiais do tipo B: o suspense da história se desenvolve enquanto vai ficando mais quente o affair entre o personagem homem-machão-viril e a personagem mulher-atraente-vulnerável.

“É divertido, provocante e sexy, e sempre tem em suas capas mulheres vestindo tão pouco quanto nós”, explica Alethea. Apesar disso, todo tipo de livro pode ser compartilhado. Já pintou até um Paulo Coelho, apresentado por uma das integrantes (mas que Alethea não teve a oportunidade de ler).

E como os outros (totalmente vestidos) reagem?

“A maioria não tem nenhuma reação”, conta Alethea. “Se uma dúzia de nós estiver deitada sem blusa no gramado do Central Park em uma tarde de verão, algumas centenas de pessoas podem passar por nós e, entre essas, a maioria simplesmente passa. No máximo um ‘punhado’ diz ou faz qualquer coisa. Os que realmente reagem, em grande parte das vezes, fazem sinais de ‘joia’, com dedões para cima, e sorrisos e palavras de incentivo. Uma vez ou outra uma mulher olha incomodada ou um homem diz algo insinuante, mas isso é bem raro e é fácil de ignorar quando acontece.”

Pelas fotos divulgadas no blog e no Twitter do grupo, as garotas não podem ser descritas como sutis ou envergonhadas. “Talvez por sermos um clube de livro, para pessoas que adoram ler, parece que atraímos um grupo incomum de mulheres inteligentes, interessantes, divertidas”, diz Alethea. 

E por que ler sem camisa?

“Em parte pelo conforto físico –quando está quente, quem não prefere ficar com o dorso nu em vez de ficar suando embaixo de uma ou duas camadas de roupa? (camiseta e sutiã) Mas, também para defender uma ideia: se homens e mulheres são iguais, eles precisam ter os mesmos direitos e liberdades e oportunidades. Se os homens podem andar por aí com seus mamilos descobertos, mulheres também podem. Ainda bem que moramos em uma cidade e em um Estado esclarecidos o suficiente para perceber isso.”

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