Desfile da BaianaSystem tem lembrança a Marielle e gritos contra Bolsonaro
A banda BaianaSystem provou hoje, no primeiro dia do Carnaval de Salvador, que tem a moral em alta com o folião. Mesmo atrasando 30 minutos, o grupo liderado por Russo Passapusso arrebatou a capital baiana, homenageou Marielle Franco e o mestre de capoeira Moa do Katendê e ainda ouviu seus fãs entoando coro contra o presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Atraso
Uma das atrações mais aguardadas do circuito Dodô (Barra-Ondina), o grupo passou por um imprevisto um tanto inusitado nesta que foi a sua segunda participação no Furdunço em menos de uma semana -o evento pré-momesco ganha uma espécie de bis durante a folia oficial.
O relógio marcava pontualmente 17h quando o Navio Pirata começou a se deslocar. A nau seguiu adiante e, por cerca de meia hora, não emitiu qualquer sinal sonoro. O imprevisto, contudo, não fez ninguém arredar o pé da avenida Oceânica. Tampouco motivou vaias.
Mais tarde, porém, viria a explicação: os músicos da Baiana tinham se atrasado. Mas, para seguir à risca da programação, o trio independente foi obrigado a tocar seu trajeto sem ecoar sequer um acorde.
Homenagens e críticas
Com a trupe a postos, o Navio Pirata, mais uma vez, arrebataria uma multidão ao longo dos quatro quilômetros de trajeto que ainda havia pela frente.
"Queria dizer para vocês que vamos fazer o percurso todo com muito amor", contornou o cantor Russo Passapusso, aproveitando o ensejo para exaltar a memória de Moa do Katendê, compositor e mestre de capoeira assassinado em outubro do ano passado, aos 63 anos.
"Para que todos digam que a BaianaSystem, no primeiro dia de Carnaval, começa rasgando as ruas gritando o nome do mestre Moa", saudou Passapusso, que esteve acompanhado do parceiro BNegão.
No repertório, os dois mesclaram hits do início da carreira do grupo baiano e canções atuais, como "Saci", do recém-lançado "O Futuro Não Demora".
A vereadora Marielle Franco, assassinada em março de 2018, também teve seu nome ovacionado pela multidão que lotou a Barra-Ondina e gritos de "Marielle presente!" foram ouvidos no maior circuito de rua do Carnaval de Salvador.
Quem foi criticado durante a passagem da banda foi Jair Bolsonaro. No ponto alto do desfile, os foliões gritaram palavras de ordem contra o presidente. "Bolsonaro, vai tomar no c*"
Público em êxtase
"Ano passado, não deu para vir. Acabei não me programando e acabei perdendo. De agora em diante, não perco essa vibe por nada", vibrou a universitária Carolina Albuquerque, 24, que diz ter saído de Barreiras (a 869 km da capital) especialmente para prestigiar a banda. "Os caras fazem um som de vanguarda e vieram para ficar".
O administrador Henrique Oliveira, 32, engrossou o coro. "O Baiana é f***. Vir no Carnaval e não entrar nessa roda do Navio Pirata é dar viagem debalde. A energia é contagiante", descreveu.
Completam a grade do circuito Barra-Ondina Daniela Mercury, Cláudia Leitte, Saulo, trio Armandinho, Dodô e Osmar, Pegadeira, Harmonia do Samba, Banda Eva, Lincoln & Duas Medidas e Cheiro Híbrido. Todos se apresentam sem cordas.
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