Intervenção mobiliza 3.700 militares em 5 operações de segurança no Rio
Ao menos 3.700 militares das Forças Armadas mobilizados pela intervenção federal em vigor no Rio de Janeiro realizaram nesta terça-feira (27) cinco ações simultâneas em diferentes pontos da capital fluminense.
As operações ocorreram após uma série de episódios de violência registrados nos últimos dias. Entre sábado (24) e segunda-feira (26), nove pessoas foram mortas durante tiroteios entre policiais e traficantes na Rocinha, favela da zona sul carioca. Também houve confronto envolvendo milicianos na comunidade Bateau Mouche, na Praça Seca, bairro da zona oeste.
A maior das ações de hoje ocorreu nas favelas do Complexo do Lins, na zona norte carioca, onde 3.400 militares participaram de operação de combate à criminalidade --esse foi o maior efetivo empregado desde o início da intervenção no Estado. As comunidades do Lins são controladas pela facção Comando Vermelho. A operação visava ao cumprimento de mandados de prisão --pelo menos sete suspeitos foram detidos-- e à repressão ao roubo de carga e de veículos.
No início da noite, o Comando Conjunto divulgou um balanço da operação. No total, 24 suspeitos foram presos, dos quais 16 alvos de mandados de prisão e oito detidos em flagrante por tráfico de drogas ou porte ilegal de armas. Foram apreendidos dez quilos de maconha, duas pistolas, um revólver, oito aparelhos de rádio, 10 carros e 11 motos usados pelos traficantes.
Na Vila Kennedy, na zona oeste do Rio, cuja ação militar é considerada "laboratório" da intervenção, ao menos 80 homens das Forças Armadas foram mobilizados --a favela é patrulhada de forma permanente por militares desde o dia 10 de março.
Em Bangu, também na zona oeste, 220 homens das Forças Armadas fizeram uma revista na penitenciária Gabriel Ferreira Castilho, conhecida como Bangu 3. Cerca de cem agentes penitenciários auxiliaram os militares, que não tiveram contato com os presos durante a varredura, de acordo com o Comando Conjunto da intervenção. Os detentos foram mantidos em alas separadas.
Os agentes de segurança utilizaram detectores de metais para tentar encontrar armas e celulares. Eles também vasculharam o local à procura drogas. As revistas em presídios fazem parte da estratégia do GIF (Gabinete de Intervenção Federal) para tentar solucionar a crise de segurança no Rio. A possível apreensão de celulares visa dificultar a comunicação entre membros do crime organizado com seus comparsas em liberdade.
Em outra ação nesta terça-feira, oficiais da cúpula do GIF fizeram inspeções em três batalhões especiais da Polícia Militar. O objetivo era verificar condições de trabalho e necessidade de manutenção de veículos e outros equipamentos, além de mapear problemas estruturais que interferem na rotina da corporação. As unidades que receberam comitivas militares foram a Tropa de Choque, o BAC (Batalhão de Ações com Cães) e o GAM (Grupamento Aeromóvel).
O chefe do GIF, general Mauro Sinott, chegou ao batalhão da Tropa de Choque por volta das 8h e passou a tropa em revista.
O ritual chegou a ser cuidadosamente ensaiado pouco antes do desembarque da comitiva. PMs perfilados saudaram a autoridade e prestaram continência, diferentemente do que ocorreu durante a inspeção no 14º BPM (Bangu), em 14 de março, segundo reportagem do jornal “Folha de S. Paulo”. Na ocasião, alguns policiais não bateram continência quando anunciada a presença do general.
Patrulhamento nas ruas
O Comando Conjunto afirmou que seis grupos compostos pelas Forças Armadas e pela Guarda Municipal reforçaram o patrulhamento de rotina da Polícia Militar em regiões consideradas estratégicas das zonas sul, norte e central do Rio. A ação, anunciada na segunda (26), começou na manhã de hoje.
O efetivo total das equipes não foi divulgado. Um dos grupos da Polícia do Exército avistado pela reportagem no centro do Rio tinha ao menos oito militares armados. A reportagem também viu unidades militares e da Guarda Civil circulando na orla da praia de Copacabana, na zona sul.
Porém, não era uma operação de caráter massivo. Os agentes ocupavam um ponto estratégico e, em seguida, deslocavam-se de carro para outra localidade. O Comando Conjunto afirmou que o número de militares que participam das patrulhas pode variar dia a dia.
Militares ligados ao GIF afirmaram que o objetivo das patrulhas é ajudar a aumentar a sensação de segurança na cidade. Os militares acreditam que sua presença ostensiva nas ruas seria uma forma de dissuadir criminosos de cometer certos tipos de crime e incentivar a população a fazer denúncias.
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