Oposição aponta vitória de Capriles, que pede a conselho que não proclame eleição de Maduro
O candidato opositor Henrique Capriles pediu nesta segunda-feira (15) ao CNE (Conselho Nacional Eleitoral) que não proclame Nicolás Maduro presidente eleito da Venezuela. O órgão anunciou que realizaria a cerimônia na tarde de hoje.
"Enviamos um comunicado solicitando responsavelmente, no exercício de nosso direito, que não exista um ato de proclamação", disse Capriles em uma entrevista coletiva à imprensa.
O chavista Maduro teve 50,75% dos votos, contra 48,98% do adversário Capriles. O CNE ainda não se pronunciou sobre o pedido de recontagem feito pela oposição, que afirma que apuração própria aponta Capriles vencedor com uma vantagem de 300 mil a 400 mil votos --em um universo de 19 milhões de eleitores.
Capriles foi além em suas afirmações e lançou um ataque contra o candidato governista. "Se você corre para se proclamar, você é um presidente ilegítimo e assim o anuncio à Venezuela e ao mundo", disse.
O opositor ainda convocou marchas pelo país caso Maduro seja proclamado presidente pelo CNE. “Que se escutem panelas e caçarolas em toda a Venezuela, no mundo. Para que escutem nossa indignação, nossa raiva”, afirmou.
O governo dos Estados Unidos informou considerar "prudente" a recontagem dos votos devido ao resultado "extremamente acirrado" com a vitória de Nicolás Maduro por uma estreita margem.
“Parece um passo importante, prudente e necessário para garantir que todos os venezuelanos confiem nos resultados", comentou o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, na primeira reação oficial do governo americano sobre o resultado das eleições venezuelanas.
"Em nossa opinião, apressar uma decisão nestas circunstâncias não seria coerente com as expectativas dos venezuelanos de ter um resultado claro e democrático", acrescentou.
Carney disse também que apesar das diferenças, a Casa Branca busca dialogar com a Venezuela sobre assuntos como o combate conjunto ao narcotráfico e ao terrorismo.
As relações entre Venezuela e EUA atravessam atualmente um de seus piores momentos desde que em 2010, em meio a uma troca de acusações, o embaixador dos EUA foi retirado da Venezuela e vice-versa.
A Venezuela retirou em 2010 a permissão para que o embaixador americano permanecesse em Caracas em função de declarações polêmicas do diplomata no Senado de seu país. Já os EUA retiraram o visto do embaixador da Venezuela em Washington.
Posteriormente, as sanções do Departamento do Tesouro dos EUA à companhia petrolífera estatal venezuelana PDVSA por suas relações com o Irã causaram tensão.
E em março deste ano o chanceler da Venezuela, Elías Jaua, anunciou a suspensão das conversas iniciadas em novembro do ano passado com os EUA para normalizar a relação bilateral.
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