Conflitos no Iraque deixam mais de mil mortos em 17 dias
Pelo menos mil civis morreram e mais de 1.200 ficaram feridos em várias regiões do Iraque entre os dias 5 e 22 de junho, informou nesta terça-feira (24) o Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU.
"Nas três províncias do norte do Iraque houve pelo menos 757 pessoas assassinadas e outras 599 feridas. Esse número, que deve ser visto de modo geral como o mínimo (estimado), inclui execuções sumárias e extrajudiciais constatadas de civis, policiais e soldados que não estavam em combate", anunciou o porta-voz do Alto Comissariado, Rupert Colville, em entrevista coletiva.
"Em Bagdá, pelo menos 318 pessoas foram assassinadas e outras 590 feridas no mesmo período de tempo", completou Colville, acrescentando que a maioria das mortes ocorreu em atentados envolvendo veículos com bombas - ao menos seis no período de junho.
Refinaria
Rebeldes sunitas anunciaram nesta terça-feira (24) terem tomado o controle da principal refinaria de petróleo do Iraque, localizada em Baiji, ao norte de Bagdá. De acordo com a BBC, a refinaria, que estava sob ataque há dez dias, produz um terço do petróleo refinado do país. Cerca de 20 pessoas morreram em Baiji, após o lançamento de mísseis por parte do governo iraquiano.
Também foram lançados mísseis em estações de milícias ligadas à Al Qaeda e grupos insurgentes em Qaim, cidade localizada na fronteira com a Síria. De acordo com fontes locais, pelo menos 14 pessoas foram mortas na operação, mas não está claro se as vítimas são civis ou homens armados.
Preocupação americana
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, chegou nesta terça à região autônoma do Curdistão iraquiano, onde iniciou conversações com os dirigentes locais, para tentar unir as forças políticas ante a ofensiva dos insurgentes sunitas que se aproximam de Bagdá.
A ofensiva liderada pelos jihadistas sunitas do Estado Islâmico do Iraque e Levante (EIIL), iniciada em 9 de junho, permitiu aos curdos iraquianos assumir o controle de várias zonas do território que desejam integrar a sua região autônoma.
As forças de segurança curdas são responsáveis agora pela cidade multiétnica e rica em petróleo de Kirkuk, o centro do território disputado.
"Com as mudanças, estamos diante de uma nova realidade de um novo Iraque", declarou o presidente curdo Masud Barzani a Kerry.
"Como todos sabem, este é um momento crítico para o Iraque. A formação de um governo é nosso principal desafio", afirmou Kerry ao interlocutor.
Na segunda-feira (23), o secretário prometeu o apoio americano ao Iraque para enfrentar a forte "ameaça existencial" constituída pela ofensiva dos insurgentes. Kerry também estará presente ao jantar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), que discutirá a situação do Iraque. (Com agências internacionais)
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