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Operação Lava Jato

PGR: só 2% dos que firmaram acordo de colaboração premiada são políticos

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge - Fábio Motta/Estadão Conteúdo
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge Imagem: Fábio Motta/Estadão Conteúdo

Pedro Graminha

Do UOL, em São Paulo

01/04/2019 15h43

Apenas 2,3% dos acordos de colaboração premiada feitas entre investigados e a Procuradoria-Geral da República (PGR), homologados pelo Supremo Tribunal Federal, foram firmados com políticos, informou o órgão hoje.

De acordo com PGR, 71% dos 216 investigados que firmaram esse tipo de acordo desde 2014 são empresários.

A maior parte dos acordos de colaboração premiada, em que o investigado relata o que sabe, em troca de redução de penas, são desdobramentos da Operação Lava Jato - mas há outras investigações de corrupção usando a estratégia.

Por meio desses acordos, a PGR espera arrecadar R$ 1,3 bilhão em multas.

Do valor reavido, R$ 300 milhões foram destinados aos órgãos públicos lesados, conforme decisão do relator. O total de multas atrasadas e não pagas corresponde a 7,3%.

Monitoramento

A PGR também anunciou um Sistema de Monitoramento de Colaborações (Simco), que automatiza, por exemplo, a emissão de alertas para os procuradores sobre os passos das colaborações a avisa quando multas devem ser pagas ou outras contrapartidas devem ser tomadas.

Segundo o procurador da República Alessandro Fernandes de Oliveira, a ferramenta permitiu descobrir que muitos investigados aguardavam meses e até mesmo anos antes de começar a cumprir sua parte do acordo.

O Simco mostra também que, atualmente, sete acordos de colaboração podem ser rescindidos depois de investigados terem omitido fatos de seus relatos.

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