Procuradores calados e ação hacker detalhada: o dia seguinte da Lava Jato
O primeiro dia de trabalho após a divulgação de trocas de mensagens de integrantes da Lava Jato foi intenso. Nas salas ocupadas pela força-tarefa, localizadas em um prédio comercial no centro de Curitiba (PR), as reportagens do The Intercept foram o centro das conversas. A mobilização em defesa operação predominou.
Apesar de a própria Lava Jato dizer já ter sido "alvo de ataques" anteriormente, a avaliação geral é que o conteúdo das reportagens de The Intercept é "forte". Internamente, a força-tarefa vê dificuldades em se posicionar, já que sabe que outras revelações devem ser feitas em breve.
O teor dos posicionamentos dos membros da operação foi tema de consultas a todos os 15 procuradores da República que compõem o grupo de combate à corrupção do MPF-PR (Ministério Público Federal no Paraná).
O coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, que está de férias e fora de Curitiba, interrompeu seu recesso e decidiu gravar um vídeo de esclarecimentos, em que declarou ser "normal" procuradores conversarem com juízes e criticou a suposta ação hacker que obteve as mensagens. Entre as conversas divulgadas, há trocas entre ele e o ex-juiz federal Sergio Moro, atual ministro da Justiça e da Segurança Pública.
Nenhum pedido de entrevista foi atendido pela Lava Jato. Além do vídeo de Dallagnol, a operação divulgou uma nota na qual deu informações sobre o hackeamento de telefones celulares de seus integrantes. Ontem, a força-tarefa já havia divulgado comunicado condenando o vazamento das conversas entre procuradores.
De acordo com a Lava Jato, a interceptação de conversas mantidas pelos aparelhos ocorreu a partir de abril. O próprio MPF apura o caso. Uma investigação na Polícia Federal também foi iniciada.
Trabalho normal
Durante a tarde de hoje, a Lava Jato também decidiu responder "com trabalho" às críticas que vem sofrendo desde domingo. A operação ofereceu nesta tarde uma denúncia contra três ex-executivos do Banco Paulista suspeitos de lavar dinheiro oriundo de propinas pagas pela Odebrecht.
Esses executivos estão presos em Curitiba desde o mês passado. Haviam sido postos na prisão na última fase da Lava Jato, a 61ª.
Nesta ocasião, os procuradores não conversaram com jornalistas após a divulgação da denúncia. A comunicação limitou-se à divulgação de uma nota e da peça jurídica encaminhada à Justiça.
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