Tatuadora faz sucesso com imagens "malfeitonas": "qualidade não é meu forte"
Hoje muito difundida, a cultura da tatuagem é bem abrangente, tendo vários estilos, para todos os gostos. E a tatuadora Helen Fernandes, de Salvador (BA), resolveu se especializar em um bastante curioso. Ela aposta na arte “Malfeitona” (nome de seu perfil no Instagram), e ficou conhecida por desenhos engraçados e não convencionais.
A jovem de 26 anos é formada em engenharia mecânica pela IFBA e atualmente faz mestrado na mesma área, e começou a tatuar por acaso. “Tudo começou na base da brincadeira. Eu e meu noivo compramos um kit de tatuagem bem baratinho, porque queríamos fazer tatuagens pequenininhas em nós mesmos e não queríamos pagar por isso. Meu noivo gosta muito dos meus desenhos e pediu que eu fizesse um morceguinho nele que eu sempre desenhava. Depois um amigo quis que eu tatuasse um dos meus desenhos também, e aí as coisas foram acontecendo”, conta Helen.
As pessoas começaram a pedir que Helen as tatuasse, mas para cobrir o alto custo do material, ela passou a cobrar. “Apesar de começar como brincadeira, eu sempre fiz tudo bem certinho, por ter trabalhado em indústria alguns anos e por uma questão de saúde mesmo; eu sempre comprei tudo descartável”, completa.
Após ter realizado alguns trabalhos, Helen decidiu criar o primeiro perfil no Instagram da “Malfeitona”. “Como muita gente achava meus desenhos engraçadinhos, eu criei o perfil só para divulgar os desenhos, sem a intenção de fazer nas pessoas. Mas aí vieram pedir para tatuar e eu comecei cobrando bem baratinho, em torno de 30 reais e aí foi aumentando a demanda e eu fui aumentando o valor, e acabei me enveredando por esse caminho da tatuagem”.
Segundo ela, o nome escolhido foi para evidenciar seu “estilo” de tatuar: “Eu criei o Instagram com o nome de Malfeitona justamente por os desenhos serem malfeitos. Eu tenho tantos amigos que desenham tão bem, que já botei esse nome para deixar claro que eu não sou boa. Estou explicitando que eu tenho consciência que é malfeito, mas já que acham engraçado e pediram eu estou fazendo”.
Apesar de sempre ter gostado de desenho e artes em geral, Helen conta que nunca teve um contato mais “profissional” com essa área. Até então, só tinha trabalhado como assistente em um estúdio de tatuagem. “Eu gostava de fazer história em quadrinhos, mas nunca fui muito boa desenhando. Foi uma coisa que exercitei, porque eu gosto. Mandava cartinha com desenhos, customizava camisetas.”
As influências também vieram direta e indiramente dos relacionamentos da jovem. “Coincidentemente eu tenho vários amigos que são artistas e meu noivo é designer, então eu acabo sempre tendo contato com essa área e isso me estimula. Eu adoro desenho animado, quadrinhos, mangá, artes gráficas em geral”, afirma. Quando começou a tatuar, teve ajuda de Palosa, profissional antiga de Salvador. “Ela deixou eu fazer uma tatuagem nela e foi me ensinando. Foi minha cobaia”, brinca.
Uma das restrições de Helen é tatuar apenas desenhos feitos por ela. “Foi um limite que eu coloquei, porque eu não teria capacidade de reproduzir na pele alguma arte que um cliente trouxesse. Eu até já fiz alguns mais simples, mas normalmente eu faço os desenhos, posto no Instagram, e as pessoas escolhem”.
A tatuadora também quer que suas artes sejam exclusivas, e nunca faz o mesmo desenho mais de uma vez, o que acaba se tornando uma marca registrada. “As pessoas me procuram justamente por isso, elas querem algo no estilo que eu faço, porque se quisessem algo super bem feito, procurariam outro tatuador. Qualidade não é meu forte”.
Helen pretende seguir carreira como tatuadora, mas não quer deixar de lado sua área de atuação. “Eu gostaria de trabalhar paralelamente com a minha carreira acadêmica. Eu gosto muito de pesquisa, de dar aula e de engenharia. Eu acredito que dá para conciliar as duas coisas”, completa. Mesmo com o sucesso das tatuagens, Helen dedica a maior parte do seu tempo ao mestrado, e tatua apenas em dias específicos, quando tem disponibilidade.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.