Fãs defendem Daniela Mercury em polêmica sobre apropriação cultural
Convidada para o ensaio de pré-Carnaval do Cortejo Afro na noite desta segunda-feira (4), em Salvador, Daniela Mercury foi surpreendida por um grupo de fãs que aproveitou o intervalo de uma música para sair em sua defesa.
"Uma, uma, uma, rainha só tem uma", entoou parte do público, que se concentrava em frente ao palco do Largo Quincas Berro D'água, no Pelourinho.
A reação soa como uma resposta a uma polêmica declaração da também cantora baiana Larissa Luz, que recentemente afirmou haver uma "apropriação cultural da música negra pelos brancos".
Apesar da manifestação favorável, Daniela, que leva a alcunha de "rainha do axé", prosseguiu com o repertório sem fazer nenhuma menção ao episódio.
Ao UOL, a assessoria de Larissa Luz informou que "ela não pretende mais falar sobre esse assunto com a imprensa". Afirmou que o show "Ayabass" -ocasião da polêmica declaração-- foi uma homenagem às cantoras negras. "Uma celebração da arte dessas artistas. Esse foi o objetivo do show", acrescentou.
Procurada pela reportagem, a assessoria de Daniela Mercury não se manifestou até a publicação do texto.
Recado para a "branquitude em geral"
Em um show no último dia 26, na capital baiana, Larissa fez o seguinte desabafo: "Está na hora de parar de usar um discurso que não é seu para lucrar. Está na hora de parar de usar um lugar de fala que não é seu para ganhar. Porque preto de alma não existe! O Brasil é um país que mata, é um país que humilha, é um país que condena a cor da pele e não a cor da alma! Quem é preto é preto. Quem não é não é".
Não demorou para a fala da cantora ganhar repercussão nas redes sociais e ser vista por muitos seguidores como um protesto contra Daniela Mercury, que lançou, em novembro passado, uma canção intitulada "Pantera Negra Deusa". A letra faz referência a Wakanda, retratado no HQ "Pantera Negra", da Marvel Comics, como um reino fictício da África.
Em ritmo de samba-reggae, a música de Daniela, escrita em parceria com o filho Gabriel Póvoas, também reverencia o bloco afro Ilê Aiyê, um dos mais tradicionais da capital baiana.
Em entrevista ao jornal Correio, Larissa negou que suas palavras tenham sido direcionadas a Daniela Mercury. Admitiu, porém, que foram endereçadas para a "branquitude em geral".
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