Quem são os Ninjas do PCC que criaram a 'Biqueira do Bilhão'

O Centro de Progressão Penitenciária Dr. Edgard Magalhães Noronha, em Tremembé, interior de São Paulo, é conhecido pela atuação dos Ninjas do PCC. Não à toa, o local é chamado de "Biqueira do Bilhão", de acordo com depoimento de André Luiz Matera Costilhas, delegado de polícia.

A operação da Polícia recebeu o nome "Ninjas" e apreendeu mais de 2 kg maconha, 618 gramas de cocaína, 64 telefones celulares, diversos carregadores e baterias para celulares e diversas anotações referentes à contabilidade e cadastro do PCC.

Afinal, quem são os Ninjas do PCC?

Segundo conversas de membros da facção as quais a polícia teve acesso, eles são divididos em dois grupos:

• Ninjas externos - pessoas responsáveis do lado de fora do presídio pela introdução das drogas no interior dele, arremessando-a, embalada em bexiga, para o lado de dentro. Eles receberiam até R$ 4,5 mil pela ação.
• Ninjas internos - responsáveis por resgatar a bolsa contendo as drogas. Eles fazem a distribuição e venda das drogas dentro do pavilhão. Esses ganhariam R$ 500.

A iniciativa da facção foi uma forma de driblar a prisão de um agente penitenciário que antes recebia as drogas por Sedex e fazia a distribuição dentro da unidade.

Como eram os arremessos?

Também eram divididos em duas formas:

• as drogas eram colocadas em uma bolsa, o ninja externo pulava o muro do presídio e deixava a bolsa dentro, o ninja interno resgatava a bolsa, corria para o pavilhão, passava para outro detento também ninja interno e este era responsável por escondê-las.
• a droga era dividida em quatorze pedaços, os ninjas externos jogavam por cima do muro e os detentos do lado de dentro pegavam e escondiam.

Pagamento dos ninjas

Segundo depoimentos, os membros do PCC fazem um consórcio para realizar o pagamento dos ninjas e o valor pode variar de acordo com a quantidade de droga arremessada.