Na sede da PF, militância critica e vizinhos festejam transferência de Lula
A ordem judicial para transferência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva da carceragem da PF (Polícia Federal) em Curitiba para o presídio de Tremembé, no interior de São Paulo, reacendeu um clima de animosidade no bairro em que o petista está preso.
Enquanto militantes se reúnem na Vigília Lula Livre para protestar contra "mais um ato de perseguição da Justiça contra o ex-presidente", vizinhos da Superintendência da PF torcem para partida de Lula e o fim "da baderna que os sem-terra fazem todos os dias".
"A gente está cansado (sic)", disse a aposentada Tereza Czepaniki, 83, moradora do bairro Santa Cândida "desde que nasceu". "Eles [os militantes] não obedecem as regras. Espero que eles vão embora."
"Eles passam todo dia aqui enchendo o saco", reclamou o também aposentado Arlito Weingantur, 76. "Me incomoda essa movimentação toda. Que Lula vá para qualquer lugar, mas longe daqui."
Sem grandes manifestações públicas
Também por conta do clima tenso, a organização da vigília, que demonstra seu apoio a Lula desde que ele foi preso, há 487 dias, já pediu aos presentes que não se manifestem em áreas públicas hoje. A vigília tem uma estrutura montada num terreno exatamente em frente à PF. Nesta tarde, ela reúne cerca de 50 pessoas -mais gente do que costuma reunir ultimamente.
A mobilização dos militantes pró-Lula é intensa por conta das decisões judiciais sobre o local de prisão do ex-presidente. No início desta tarde, todos os presentes na vigília se reuniram para saudar Lula. Em discurso, a presidente do CUT-PR (Central Única dos Trabalhadores no Paraná), Regina Cruz, disse que a Justiça quer "humilhar" o ex-presidente.
"Vamos resistir aqui a mais esse ato de perseguição", complementou. "Também vamos onde o presidente estiver."
O ex-presidente nacional da CUT, Arthur Henrique, está hoje em Curitiba para participar de uma roda de conversa com integrantes da vigília. Disse que a notícia de hoje mudou seus planos. A prioridade dele agora é reforçar a resistência.
"Estamos preocupados com a segurança de Lula", disse Henrique. "Essa decisão é uma demonstração clara de perseguição ao ex-presidente."
Lula, por meio de sua defesa, já recorreu ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra a sua transferência. Nesta tarde, os advogados do petista protocolaram uma petição em que pedem, inclusive, a liberdade do ex-presidente.
Lula está preso desde abril de 2018. Ele cumpre pena por corrupção no caso do tríplex no Guarujá.
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