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Piracicabano prepara caverna para se refugiar após o fim do mundo

Leogildo JGerage, 45, que se prepara o fim do mundo - Arquivo Pessoal
Leogildo JGerage, 45, que se prepara o fim do mundo Imagem: Arquivo Pessoal

Fabiana Marchesi

Do UOL, em Campinas (SP)

21/12/2012 13h48

Montar uma barraca e deixar roupas de mergulho guardadas em uma caverna no Petar (Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira), em Iporanga (302 km de São Paulo0, no Vale do Ribeira, comprar uma caminhonete a diesel, estocar comida e água são algumas das estratégias do piracicabano Leogildo José Sanchez Gerage, 45, para esperar o fim do mundo, que deveria ocorrer nesta sexta-feira (21).

Pensando na esposa e na filha de dois anos e meio, o técnico de manutenção inspirou-se no livro “Como Sobreviver a 2012”, de Patrick Geryl, para tentar escapar do fim. O livro mostra que o planeta enfrentará uma inversão dos campos magnéticos, trazendo consequências catastróficas à humanidade.

“Eu e meu amigo, um professor de geografia aqui de Piracicaba [162 km de São Paulo], compramos o livro. Neste livro, eu aprendi como estocar o alimento e como montar o estoque”, disse. Gerage estocou alimentos como sal, arroz e açúcar, além de 2.000 litros de água e também comprará 100 litros de diesel para usar em uma caminhonete recém-adquirida exclusivamente para chegar até a caverna, caso seja necessário.

O técnico caprichou no estoque de sal. “O importante de estocar sal é que, sem energia elétrica, o produto é fundamental para conservar alimentos”, explicou. “Eu paguei R$ 20 mil em uma caminhonete a diesel que não depende de eletricidade para nada. O livro diz que tudo que for elétrico não funcionará. Então eu comprei essa caminhonete, que para dar partida precisa ser empurrada”, afirmou.

Apesar de toda a precaução, Gerage não demonstra estar com medo e pretende ter um dia normal nesta sexta-feira. Mas, segundo ele, a falta de energia elétrica e o fato de os carros não funcionarem serão sinais de alerta.

“Caso isso aconteça, vou com minha família para o sítio do meu irmão, onde já plantamos 2.000 pés de mandioca e preparei equipamentos para manter a iluminação. O livro diz que depois da catástrofe os transformadores não devem funcionar nos próximos cinco anos", afirmou.

Entretanto, caso o caos se agrave e a situação saia de controle, o técnico já preparou um lugar para se refugiar com a família: uma caverna no Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira, o Petar, no sul do Estado de São Paulo.

Gerage já esteve no local por duas vezes para se preparar para é viver dentro de uma caverna. “Eu já deixei uma barraca montada na caverna e separei algumas roupas para mergulho. Na verdade, já estou com a mala pronta. Lá estaremos seguros, o local é de difícil acesso, só dá pra chegar a pé, a cavalo, ou com um veículo 4x4 ”, completou.

A esposa dele, a empresária Elaine Prado Bitencourt, 29 anos, apoia as preocupações do marido. “O mundo pode não acabar, mas o temor é que aconteça algum fenômeno e falte comida e água. Estamos mais preocupados com nossa filha”, disse.

Garage não tem nenhum receio de ser chamado de louco e não vê problema algum caso esteja errado e o mundo não acabe. "Se não acabar, será ótimo! Vamos consumir os alimentos comprados e passear com a caminhonete nova. Mas se for preciso, estou preparado", brincou.

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