EUA dá início à investigação sobre a decapitação de jornalista americano
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos deu início a uma investigação criminal sobre a morte do jornalista americano James Foley pelo grupo extremista Estado Islâmico (IE).
O secretário de Justiça, Eric Holder, deixou claro que o país não se esquecerá do que ocorreu e que os responsáveis pela decapitação de Foley serão perseguidos sem trégua.
Autoridades americanas também confirmaram que os militantes haviam pedido US$132 milhões pela libertação do jornalista.
Hoje, os Estados Unidos realizaram mais seis ataques aéreos contra o IE no norte de o Iraque, apesar de o grupo ter ameaçado matar um segundo refém americano como vingança se os ataques não fossem interrompidos.
Pedido de resgate
O pedido de resgate por Foley veio a público em uma declaração feita pelo presidente do site GlobalPost, Philip Balboni, um dos veículos para o qual o jornalista trabalhava.
Segundo Balboni, o EI fez o primeiro pedido de resgate no ano passado. Foley foi capturado por militantes em novembro de 2012.
Um vídeo de sua decapitação foi divulgado pelo EI no início desta semana.
No Reino Unido, a polícia e forças de segurança tentam identificar o militante que aparece na gravação.
Mais cedo, o presidente americano, Barack Obama, condenou o assassinato de Foley: "Quando americanos são feridos, em qualquer lugar, faremos o que for necessário para que a justiça seja feita".
Operação fracassou
O Departamento de Defesa americano revelou ainda que os Estados Unidos tentaram recentemente resgatar reféns americanos na Síria.
"Infelizmente, a missão falhou, porque os reféns não estavam no local em pensávamos."
Foi a primeira vez que o governo americano admitiu operar na Síria desde que uma guerra civil irrompeu no país, em 2011. O Pentágono não esclareceu se essa operação envolvia o resgate de Foley.
No entanto, oficiais militares americanos confirmaram - sob anonimato - que o jornalista era um dos reféns da operação fracassada.
Eles ainda acrescentaram que as tropas americanas mataram diversos integrantes do EI.
Ataques aéreos
Os Estados Unidos atacam o norte do Iraque desde 8 de agosto para destruir alvos ligados ao EI.
As Forças Armadas americanas afirmam que foram realizados 90 ataques até agora, 50 dos quais próximos à represa Mosul, a maior do país.
Mosul é responsável pelo abastecimento de água e de energia para grande áreas do Iraque e tornou-se um campo de batalha estratégico.
Os Estados Unidos disseram que tropas iraquianas e combatentes curdos retomaram o controle de Mosul com a ajuda de militares americanos na última segunda-feira.
Os militantes do EI vêm executando uma campanha violenta no Iraque e na Síria, assumindo o controle de áreas significativas de ambos os países, em ataques que já deixaram 1,2 milhão de refugiados apenas no Iraque.
Estima-se que existam 3 mil cidadãos de países ocidentais entre os combatentes do Estado Islâmico na Síria e no Iraque, segundo o Royal United Service Institute (Rusi), um centro britânico de estudos sobre assuntos de defesa.
De acordo com o Rusi, acredita-se que a maioria deles seja do Reino Unido, da Bélgica, da Holanda, da Alemanha, da França e de países nórdicos.
No entanto, a maior parte dos voluntários do EI são de nações árabes, como Tunísia, Marrocos e Arábia Saudita.
Um relatório de junho de 2014 da consultoria americana Soufan Group indica que pessoas de ao menos 81 países estão envolvidas no conflito, incluindo cidadãos do Canadá, dos Estados Unidos, da Irlanda e da Espanha.
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