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Hamas rejeita estender trégua por mais 4 horas; Israel intercepta foguetes

Do UOL, em São Paulo

26/07/2014 13h31Atualizada em 26/07/2014 16h50

Embora Israel tenha concordado em estender por quatro horas a trégua humanitária em Gaza, o grupo radical Hamas rejeitou a proposta neste sábado (26). O sistema antimísseis israelense já interceptou dois foguetes logo após o fim do prazo e quatro outros caíram no sul de Israel. 

O sistema conhecido como Domo de Ferro interceptou dois foguetes atirados na direção de Ascalão, cidade israelense no norte da Faixa de Gaza. Sirenes de alerta para que israelenses procurem abrigo soaram também no centro do país, segundo o site “Haaretz”. 

A trégua acordada inicialmente, de 12 horas, foi obedecida por ambas as partes até 20h no horário local (14h no horário de Brasília). Com a trégua humanitária, ambulâncias entraram nas regiões de conflito neste sábado (26) e retiraram mais de uma centena de corpos entre os escombros.

Desde o início da ofensiva israelense em Gaza, em 8 de julho, mais de mil palestinos foram mortos, na sua grande maioria de civis. Outros 6.000 palestinos, também na maioria civis, estão feridos, segundo o Ministério da Saúde palestino.

Do lado de Israel, 42 israelenses morreram, 40 deles soldados, além de um trabalhador tailandês, desde o início da ofensiva.

Mais cedo, uma reunião em Paris reuniu chefes da diplomacia da França, Estados Unidos, Catar, Turquia e o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, para buscar uma trégua duradoura. As autoridades fizeram um apelo pela prolongação do cessar-fogo em vigor, segundo o chanceler francês, Laurent Fabius. 

Bairros devastados

Em Gaza, muitos palestinos aproveitaram o breve respiro para voltar aos seus bairros devastados, onde os cadáveres e os escombros se acumulavam. Multidões procuravam por água e comida.

Equipes de resgate e jornalistas descreviam cenas de desolação: casas que desabaram, corpos enegrecidos entre as ruínas e poças de sangue sobre as marcas dos tanques israelenses.

No setor de Beit Hanun, correspondentes da agência de notícias AFP viram o corpo de um socorrista da Cruz Vermelha em um hospital em parte destruído por um ataque israelense.

O Hamas desaconselhou os deslocados pelo conflito --mais de 160 mil , segundo a ONU-- a se aproximar dos imóveis bombardeados e das zonas de combate pela possível presença de artefatos.

O Exército israelense também recomendou que os habitantes não voltassem as suas casas neste minúsculo território onde cerca de 1,8 milhão de pessoas vivem na miséria.

Antes do início da trégua, 20 palestinos, 16 deles membros de uma mesma família, incluindo mulheres e crianças, morreram em um ataque aéreo de Israel contra Khan Yunes (sul), segundo fontes locais.

O conflito em Gaza, o quarto desde que o Exército israelense se retirou deste território, em 2005, também atinge a Cisjordânia ocupada, palco de violentos combates.

As tropas israelenses mataram na noite desta sexta-feira (25) dois palestinos, de 16 e 18 anos, durante protestos. Em 24 horas, uma dezena de palestinos morreram na Cisjordânia. (Com agências internacionais)