EUA condenam ataque a escola da ONU que matou ao menos 19 pessoas
A Casa Branca condenou nesta quarta-feira (30) o ataque em Gaza a uma escola da ONU, usada como abrigo por palestinos, que matou ao menos 19 pessoas e deixou outras 90 feridas.
Os Estados Unidos não atribuíram responsabilidade a Israel pelo ataque, mas tanto oficiais palestinos como representantes da ONU acusaram as Forças Armadas israelenses pelo ocorrido. Israel afirma ter revidado um ataque a seus soldados, depois de terem sido alvejados por um morteiro disparado da área vizinha à da escola.
A porta-voz da Casa Branca Bernadette Meehan frisou que os EUA “estão extremamente preocupados” com os milhares de palestinos que não estão seguros nos abrigos mantidos pela ONU. Ela também condenou aqueles que têm escondido armamentos em instalações das Nações Unidas, conforme a própria entidade confirmou na última terça-feira (29).
“Todas essas ações e outras similares no conflito são inconsistentes com a neutralidade da ONU”, disse Bernadette. “A violência destaca a necessidade de atingir um cessar-fogo o mais rápido possível.”
Ao menos cem palestinos morreram nesta quarta-feira na faixa de Gaza nos bombardeios e ataques israelenses, elevando o número de vítimas desde o início da ofensiva, em 8 de julho, a 1.330 palestinos mortos e 7.300 feridos.
Israel acusa o movimento islâmico Hamas de usar a população como escudo humano para proteger seus arsenais e centro operacionais instalados em igrejas, mesquitas e escolas da faixa de Gaza.
Vergonha universal
O chefe da UNWRA (Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina) classificou de "vergonha universal" o ataque israelense nesta quarta-feira (30) contra uma escola mantida pelo organismo no campo de refugiados Jabaliya, na faixa de Gaza, onde centenas de palestinos haviam se refugiado.
"Ontem à noite, crianças foram mortas enquanto dormiam ao lado de seus pais no chão de uma sala de aula em um abrigo da ONU em Gaza. Crianças mortas enquanto dormiam; isso é uma afronta para todos nós, uma fonte de vergonha. Hoje o mundo está em desgraça", afirmou em nota Pierre Krähenbühl, comissário-geral da UNRWA.
"Não há palavras para expressar adequadamente minha raiva e indignação", afirmou.
Segundo Krähenbühl, este ataque foi o sexto contra uma escola mantida pela UNRWA em Gaza. "Nossos funcionários estão sendo mortos. É um ponto de ruptura."
Trégua parcial
Após o ataque, o Exército de Israel anunciou um cessar-fogo de quatro horas de duração na faixa de Gaza, entre as 15h e as 19h locais (9h e 13h no horário de Brasília).
O Hamas qualificou essa trégua de inútil e prosseguiu os disparos de foguetes contra o território israelense.
Durante a trégua, um bombardeio atingiu o movimentado mercado de Shejaiya, na faixa de Gaza, matando ao menos 17 palestinos e ferindo outros 200 ficaram feridos.
De acordo com a BBC, um jornalista local identificado como Rami Rayan também morreu no ataque.
Segundo fontes palestinas, vários moradores da faixa tinham aproveitado a trégua anunciada por Israel para fazer compras, e o mercado estava movimentado no momento do ataque.
Porém essa região não estava entre as zonas contempladas com a chamada "janela humanitária".
Testemunhas disseram que várias bombas caíram enquanto as pessoas tentavam fugir do local depois do primeiro bombardeio, relatou a TV NBC. (Com agências internacionais)
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