EUA intensificam bombardeios contra islamitas no Iraque
Os EUA lançaram na noite desta sexta-feira (8) uma segunda rodada de bombardeios contra posições dos militantes jihadistas do Estado Islâmico (EI) no norte do Iraque, próximo a Irbil, capital da região curda.
Os novos ataques aconteceram logo após o governador da região de Irbil, Nawzad Hadi, confirmar que rebeldes do EI estavam a menos de 30 km da capital curda. Os bombardeios são importantes, prosseguiu Hadi, para conter o avanço dos jihadistas “fortemente armados” depois de atacarem militares iraquianos em Mossul.
Os bombardeios começaram durante a manhã, depois de terem sido autorizadas, na véspera, pelo presidente Barack Obama.
Os ataques foram realizados por dois aviões caça-bombardeiros F/A 18 que lançaram bombas de 250 quilos contra uma peça de artilharia móvel do EI, disse o Pentágono.
Essa peça de artilharia havia servido para bombardear as forças curdas em Irbil, capital da região autônoma do Curdistão, e colocava em perigo os funcionários americanos instalados na região, informou o porta-voz do Pentágono, o contra-almirante John Kirby. Também foi usado um veículo aéreo não-tripulado, também conhecido como drone, que atacou uma posição de lançamento de morteiro.
Segundo Obama declarou na quinta-feira (7), o ataque tem como objetivo evitar um "genocídio", combatendo a ofensiva dos radicais sunitas, que capturaram áreas do norte do Iraque e avançaram para Irbil.
Os aviões militares americanos também jogaram contêineres com água e alimentos para os civis que fogem da violência jihadista. Acompanhados de dois caças F/A-18, três aviões cargueiros lançaram os suprimentos, dirigidos a "milhares de cidadãos iraquianos ameaçados pelo Estado Islâmico, no Monte Sinjar, no Iraque", acrescentou o Pentágono.
Primeira operação militar desde 2011 no Iraque
É a primeira vez que os EUA realizam um ataque contra o Iraque desde que radicais islâmicos iniciaram uma ofensiva relâmpago, em junho, declarando um califado (Estado que segue as leis islâmicas) em áreas tomadas no Iraque e também na Síria.
Na quinta-feira (7), os insurgentes ligados ao EI tomaram o controle de Qaraqosh, a maior cidade cristã do Iraque, provocando uma fuga em massa. O avanço dos militantes também forçou centenas de milhares de Yazidis a abandonarem suas casas e fugir em direção às montanhas, onde ficaram encurralados sem água nem comida.
O grupo ainda assumiu nesta sexta-feira o controle da maior represa iraquiana, confirmaram autoridades curdas, o que pode permitir aos jihadistas inundarem cidades e interromper parte do suprimento de água e energia.
Os Estados Unidos enviaram aviões militares que lançaram alimentos e água, a pedido do governo do Iraque, para desabrigados Yazidis.
O Reino Unido e a França também prometeram ajuda humanitária. Só os britânicos devem enviar 8 milhões de libras (cerca de R$ 30 milhões) em mantimentos ao país.
As Nações Unidas informaram que estão trabalhando na abertura de um corredor humanitário no norte do Iraque para permitir a fuga de iraquianos vítimas de perseguição. Segundo a entidade, cerca de 200 mil pessoas fugiram de suas casas devido ao avanço dos islâmicos.(Com agências internacionais)
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