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Unidos pela democracia: quem desceu a rampa do Planalto ao lado de Lula

Do UOL, em São Paulo

10/01/2023 15h43Atualizada em 11/01/2023 14h12

Presidentes dos Três Poderes, governadores, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e parlamentares se uniram ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na noite de ontem em um ato simbólico em defesa da democracia.

Eles desceram juntos a rampa do Palácio do Planalto rumo à Corte, onde observaram os estragos feitos após a invasão de golpistas na sede do Supremo. Segundo a AFP, 23 dos 27 governadores participaram do ato simbólico.

Saiba quem são as autoridades que se uniram ao chefe de Estado, empossado em 1º de janeiro, em repúdio aos ataques golpistas de domingo.

Rosa Weber

Presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) desde 12 de setembro de 2022. A magistrada também já comandou o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), sendo alvo de ameaças durante as eleições presidenciais de 2018.

A ministra foi nomeada para a Suprema Corte em 2011 pela então presidente Dilma Rousseff, mas deve deixar a vaga em outubro deste ano, quando completará 75 anos, idade de aposentadoria compulsória para os membros da casa.

Arthur Lira (PP-AL)

Advogado ligado à agropecuária, Lira é o atual presidente da Câmara dos Deputados, na posição desde fevereiro de 2021. Eleito pelo estado de Alagoas, ele é considerado liderança do "centrão" e ficou famoso pela forte relação com Eduardo Cunha, ex-presidente do Legislativo, e pelo apoio do então presidente Jair Bolsonaro à sua candidatura para comandar a Câmara.

Vital do Rêgo (MDB-PB)

Presidente do Senado em exercício, já que Rodrigo Pacheco (PSD-MG) está fora do Brasil. Foi prefeito de Campina Grande, na Paraíba, por dois mandatos consecutivos, e deputado federal pelo estado entre 2015 e 2019, votando a favor do processo de impeachment de Dilma Rousseff. Apesar disso, foi apoiado por Lula ao concorrer ao governo do estado no ano passado, ficando em quarto lugar.

Mailza Gomes (PP)

Vice-governadora do Acre, eleita na chapa de Gladson Cameli, que apoiou Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. Foi senadora pelo estado do Acre até o ano passado.

Paulo Dantas (MDB)

Governador de Alagoas. Foi reeleito em outubro de 2022, mas ocupa o cargo desde maio, quando Renan Filho renunciou ao mandato para disputar uma vaga no Senado.

Clécio Luis (Solidariedade)

Governador do Amapá e ex-prefeito de Macapá, capital do estado. Em 2022, teve uma campanha apoiada pelo então governador Waldez Góes (PDT) e pelo senador Davi Alcolumbre (MDB). O PL, partido de Bolsonaro, fazia parte da coligação, mas ainda assim o o PT, de Lula, declarou apoio ao candidato.

Wilson Lima (União Brasil)

Governador do Amazonas, foi reeleito como aliado de Bolsonaro e liderou o estado durante a crise pela falta de oxigênio para os pacientes de covid-19. Jornalista antes de se envolver com política, ficou conhecido por apresentar o programa "Alô Amazonas", da TV A Crítica.

Jerônimo Rodrigues (PT)

Governador da Bahia. Disputou uma eleição pela 1ª vez no ano passado, derrotando ACM Neto (União), apoiado pelas lideranças petistas locais e por Lula.

lula e outros - UESLEI MARCELINO/REUTERS - UESLEI MARCELINO/REUTERS
Lula ao lado da presidente do STF, Rosa Weber, e outros representantes dos três poderes
Imagem: UESLEI MARCELINO/REUTERS

Elmano de Freitas (PT)

Governador do Ceará, eleito no primeiro turno. Já foi secretário da educação de Fortaleza, deputado estadual entre 2015 e 2022 e, exercendo sua formação em direito, atuou na defesa jurídica e política de organizações populares como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Celina Leão (PP)

Governadora em exercício do Distrito Federal após o afastamento de Ibaneis Rocha por 90 dias, segundo decisão do ministro Alexandre de Moraes. Próxima à família Bolsonaro, chegou a nomear Ana Cristina Valle, ex-mulher do político, como sua secretária parlamentar quando era deputada. Em suas redes sociais, condenou o ataque dos golpistas.

Renato Casagrande (PSB)

Governador do Espírito Santo desde 2018, está na vida pública desde 1990, quando foi eleito pela 1.ª vez como deputado estadual. Em 2022, foi candidato de Lula no estado, apesar de diversos apoiadores da candidatura terem ido contra a aliança oficial, pregando um "voto casado" entre Casagrande e Bolsonaro.

Daniel Vilela (MDB)

Vice-governador de Goiás, de apenas 39 anos, é filho do ex-governador Maguito Vilela, morto em 2021 por complicações da covid-19. Representou a chapa de Ronaldo Caiado, que se recupera de uma cirurgia cardíaca feita recentemente, permanecendo em Goiânia.

Carlos Brandão (PSB)

Governador do Maranhão, eleito no ano passado com apoio de Lula. Antes, atuava como vice-governador de Flávio Dino, atual ministro da Justiça e Segurança Pública, que deixou o cargo em março de 2022 para disputar uma vaga no Senado.

Otaviano Pivetta (PDT)

Vice-governador de Mato Grosso. Representou a chapa de Mauro Mendes (União), que está de férias. Ambos defenderam abertamente a reeleição de Jair Bolsonaro.

Eduardo Riedel (PSDB)

Governador de Mato Grosso do Sul. Também apoiou Bolsonaro em 2022. Foi secretário de Gestão Estratégica do estado no governo de Reinaldo Azambuja, seu concorrente no pleito do ano passado.

Romeu Zema (Novo)

Governador de Minas Gerais, reeleito em primeiro turno. Fez campanha para Bolsonaro, um apoio considerado "o mais valioso" entre o dos líderes estaduais. Empresário, participou da 1.ª disputa eleitoral em 2018, apesar de já ser filiado a partidos políticos desde 1999.

bolsonaro rampa - UESLEI MARCELINO/Reuters - UESLEI MARCELINO/Reuters
Diversos políticos ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro desceram a rampa ao lado do atual líder do Executivo
Imagem: UESLEI MARCELINO/Reuters

Helder Barbalho (MDB)

Governador do Pará, reeleito também no primeiro turno com mais de 70% dos votos, maior porcentagem do país. Foi ministro da Pesca e Aquicultura no governo Dilma Rousseff e ministro da Integração Nacional no governo Michel Temer. É filho do ex-governador do estado Jader Barbalho e apoiou a candidatura de Lula no ano passado.

João Azevêdo (PSB)

Governador da Paraíba. É do partido do vice-presidente Geraldo Alckmin e foi apoiado por Lula no segundo turno das eleições a governador. No primeiro turno, o atual presidente preferiu apoiar Vital do Rêgo. Após ser eleito ao mesmo cargo em 2018, João chegou a deixar o PSB afirmando que a legenda "havia perdido a democracia".

Em resposta, a sigla chegou a chamá-lo de traidor, mas as partes fizeram as pazes e o político retornou ao partido em fevereiro de 2022.

Ratinho Jr. (PSD)

Governador do Paraná. Reeleito no ano passado, o filho do apresentador Ratinho começou sua vida política em 2002, quando foi eleito deputado estadual. Apoiou ativamente a eleição de Bolsonaro, participando de eventos ao lado do candidato, mas adotou um tom pacífico após a vitória de Lula, afirmando que "o povo brasileiro se manifestou".

Raquel Lyra (PSDB)

Primeira mulher a governar Pernambuco, eleita ano passado. A advogada perdeu o marido, vítima de um mal súbito, horas antes da votação do primeiro turno. Ainda assim, votou e seguiu a campanha, derrotando Marília Arraes (Solidariedade). Participou do governo de Eduardo Campos, morto em 2014 meses após renunciar o cargo para concorrer à presidência. Em 2022, não declarou apoio a Lula ou Bolsonaro.

Rafael Fonteles (PT)

Governador do Piauí. Professor universitário, já foi secretário da Fazenda do estado. Foi eleito no 1° turno.

Cláudio Castro (PL)

Governador do Rio de Janeiro. Assumiu o cargo em agosto de 2020, após o afastamento de Wilson Witzel (PSC), devido à suspeita de fraudes na compra de produtos médicos durante a pandemia. Antes cantor gospel, ele concorreu à 1.ª eleição em 2016, ganhando como vereador. Ganhou o pleito para governador em primeiro turno, com Marcelo Freixo, à época no PSB, como principal concorrente.

Após a vitória, o Ministério Público Eleitoral pediu a cassação de sua candidatura denunciando supostos abusos de poder em sua campanha à reeleição. Ainda assim, ele assumiu o cargo. Foi apoiado por Bolsonaro na campanha, mas adota tom cordial ao presidente Lula.

Fátima Bezerra (PT)

Governadora do Rio Grande do Norte. Única mulher eleita em 1º turno como líder estadual. A pedagoga já foi senadora entre 2015 e 2019, quando assumiu o governo, e é conhecida por se posicionar a favor de minorias.

Eduardo Leite (PSDB)

Governador do Rio Grande do Sul. Presidente nacional do PSDB, foi reeleito após virar a eleição contra Onyx Lorenzoni, ex-ministro do presidente Jair Bolsonaro, que tinha saído na frente no primeiro turno.

Em 2021, virou assunto ao assumir que é gay, comparecendo com o namorado ao tomar posse este ano e aproveitando para responder a ataques homofóbicos que sofreu durante a campanha. No segundo turno, não declarou quem apoiava na corrida presidencial.

Augusto Leonel de Souza Marques

Superintendente de Integração do Estado de Rondônia, único estado que não enviou governador ou vice-governador para a reunião. O estado é comandado por Marcos Rocha (União), coronel da reserva da Polícia Militar de Rondônia e eleito senador em 2018 em uma campanha fortemente ligada ao bolsonarismo. Até o momento, ele não se pronunciou sobre os ataques de domingo.

O representante enviado pelo estado é um internacionalista que trabalhou na assessoria de imprensa do Ministro das Relações Exteriores, na gestão de Dilma, entre 2012 e 2013.

Antônio Denarium (PP)

Governador de Roraima. Foi reeleito no primeiro turno com apoio discreto de Bolsonaro, bem mais presente em sua candidatura de 2018, quando os dois costumavam aparecer em eventos juntos. Seu primeiro mandato foi marcado por polêmicas, como um processo por compra de votos, que acabou sendo julgado improcedente.

Jorginho Mello (PL)

Governador de Santa Catarina. Foi deputado estadual, federal e senador pelo estado. Votou a favor do processo de impeachment de Dilma e ficou conhecido em 2021 por ofensas ao senador Renan Calheiros durante a CPI da Covid, depois que o alagoano criticou a gestão de Bolsonaro.

Tarcísio de Freitas (PL)

Governador de São Paulo. Ex-ministro da Infraestrutura do governo Bolsonaro, teve a candidatura impulsionada pela polarização política no país. Carioca, foi criticado por não saber responder em qual votaria, e por defender a retirada das câmeras dos uniformes da Polícia Militar como um dos pilares de sua campanha.

Fábio Mitidieri (PSD)

Governador do Sergipe. Deputado federal por dois mandatos, foi eleito em segundo turno nas eleições de 2022, derrotando Rogério Carvalho (PT). Sua candidatura foi fortalecida pelo apoio de Valmir de Francisquinho (PL), que liderava as intenções de voto quando teve a candidatura barrada pelo TSE, condenado por abuso de poder econômico para ajudar o filho a virar deputado estadual, em 2018.

Apesar de não ser o candidato de Lula, Mitidieri também manifestou seu voto nele.

Wanderlei Barbosa (Republicanos)

Governador do Tocantins. Assumiu o cargo em 2021, quando Mauro Carlesse renunciou ao mandato para não sofrer o processo de impeachment. Eleito no 1º turno em 2022, foi denominado um candidato "nem-nem", já que Bolsonaro e Lula apoiavam outras chapas. Wanderlei é o primeiro governador nascido no estado, um fato destacado durante sua campanha.

Edvaldo Nogueira (PDT)

Prefeito de Aracaju, capital de Sergipe, o político participou da reunião como representante da FNP (Frente Nacional de Prefeitos), entregando uma nota de repúdio de líderes municipais aos ataques de domingo.

Ricardo Lewandowski

Ministro do STF desde março de 2006, nomeado por Lula. Como presidente da Corte, em 2016, foi o responsável por assumir a presidência do processo de impeachment contra Dilma depois que o Senado admitiu o pedido, seguindo o que está previsto na Constituição. O magistrado chega aos 75 anos em maio, mas já manifestou a ideia de antecipar sua aposentadoria.

Luís Roberto Barroso

Atual vice-presidente do Supremo, indicado por Dilma Rousseff em 2013. Foi presidente do TSE até fevereiro de 2022, quando passou o cargo para Edson Fachin. Se tornou manchete em novembro, durante viagem a Nova York, quando respondeu bolsonaristas que o questionavam sobre eleição com a frase: "Perdeu, mané, não amola".

Dias Toffoli

Ministro do STF nomeado por Lula em 2009, depois de atuar como advogado-geral da União por dois anos. Foi presidente da Casa de 2018 a 2020 e, apesar da ligação com a gestão petista, foi criou a tensão com aliados dele após liberá-lo para ir ao velório do irmão, Genival Inácio da Silva, o Vavá, 10 minutos antes do sepultamento. Na época, em janeiro de 2019, Lula estava preso em Curitiba.

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